A evolução dos andebolistas angolanos no Mundial de juniores, que decorre na Bósnia Herzegovina, foi destacada pelo técnico nacional Filipe Cruz, considerando que apesar da derrota frente à Tunísia (23-26) a equipa soube reagir.

Falando à Angop após o segundo jogo do Grupo A, sediado em Banja Luka, o selecionador disse que «não é fácil defrontar atletas com nível elevado em grandes competições», contrariamente aos seus pupilos que têm pouco contacto em eventos com formações de topo universais.

«Temos jogadores que nunca sentiram partidas com este grau de dificuldades como a que estão viver, pelo que é desproporcional para quem tem uma prova interna débil e com poucas opções. Chegar aqui e jogar com o melhor que há e da forma como jogamos, devo felicitá-los», referiu.

Destacou igualmente a atitude demonstrada na segunda etapa frente aos tunisinos, apesar de ter sido pouco consistente nos momentos em que os andebolistas ficavam «perdidos e sem ideias» dentro do campo.

«Quando reagem são capazes de mostrar às outras equipas que em Angola também se joga bom andebol e que precisamos estar mais vezes em eventos ou torneios para montarmos um conjunto seguro para o futuro», acrescentou.

Filipe Cruz admitiu que encontros como este (frente à Tunísia) a seleção entrou nervosa, conforme sustentam as estatísticas da etapa inicial (12-18), atendendo a responsabilidade que constituía: «Sabíamos que era um jogo do tudo ou nada, e pensávamos que seria um adversário ao nosso alcance».

Em relação ao começo distorcido dos angolanos, o técnico reconheceu que a equipa entrou mal, sobretudo na primeira parte, onde a Tunísia aproveitou a apatia e conseguiu resultado mais confortável.

«No segundo tempo, o plantel voltou a mostrar aquilo que é capaz e sabe fazer, reagiu muito bem (11-8) e pregou susto à Tunísia», assumiu, destacando que a quebra de regularidade nos dois desafios já disputados reflecte a falta de competitividade dos jogadores angolanos.

Segundo o treinador, os seus andebolistas tecnicamente estão dentro do campo bem posicionados, mas se perdem sempre no «pormenor e no detalhe» e os adversários aproveitam estas falhas para materializá-las em golo.