Depois da primeira jornada do torneio pré-olímpico de andebol feminino, disputada quinta-feira no pavilhão da Cidadela em Luanda, a principal constatação é que Angola (maior campeã de África com 11 troféus) e Tunísia (detentora do título) ganharam as respetivas partidas mas mantiveram "escondido o jogo".

Para o analista desportivo Mariano de Almeida, convidado a fazer um balanço da primeira jornada da prova, que apura o único representante de África aos Jogos Olímpicos de 2016, as duas formações adotaram a estratégia de "mascarar" o jogo, prevendo uma repetição do cenário hoje, embora reconheça que as anfitriãs terão mais dificuldades.

"A vitória suficientemente confortável de Angola acabou por provar o fraco nível do Senegal", declarou, acrescentando que se esperava muito mais das senegalesas, em face da composição da delegação, por terem integrantes que atuam em França. Mas devem ser de divisões secundárias entre as várias desse país europeu.

"Obviamente que não deu para que Angola pudesse fazer um grande teste. Acabou por esconder o jogo todo. Com uma exibição muito descaracterizada. Em nenhum momento vi uma jogada concertada. Estavam sem jogadas planeadas e com muitas limitações, porque o treinador sabia que o adversário estava a catalogar", afirmou.

Segundo a fonte da Angop, diante do "scouting" da Tunísia, o técnico de Angola acabou por mascarar todo o jogo defensivo, nomeadamente sendo muito permissivas nas penetrações adversárias pelo meio.

"Como aos 10 minutos já vencia com margem considerável, o selecionador iniciou a gestão do plantel no ponto de vista do esforço cardiovascular e muscular, já que três jogos com a intensidade e importância e a pressão do torneio são de elevado desgaste e é importante geri-lo do ponto de vista físico e atlético", disse, acrescentando que "Angola acabou por vencer sem oposição; e a jogar a um nível baixíssimo, descaracterizada".

Quanto aos nomes que despontaram na primeira jornada, o especialista indicou a angolana Isabel Guialo pela eficácia quando entrou em campo, ao conseguir quatro golos consecutivos em quatro remates; também a congolesa do 1º de Agosto Mwasasa Christiane, que apesar da derrota liderou com 10 golos o seu conjunto; e por fim a tunisina Mouna, que é a líder das campeãs africanas.