A selecção sénior feminina de andebol qualificou-se este sábado, pela sexta vez consecutiva, aos Jogos Olímpicos, desta feita em 2016 no Rio de Janeiro, Brasil. As hendeca-campeãs africanas venceram no jogo decisivo as suas principais oponente no torneio Pré-olímpico, a Tunísia, por 26 -23, no Pavilhão da Cidadela em Luanda.

Em autêntica "final" do torneio pré-olímpico, disputado no pavilhão da Cidadela, em Luanda, sob forte chuva acompanhada de ventos, as hendeca-campeãs continentais iniciaram nervosas e quase tudo dava errado. Ineficácia na finalização, passes perdidos e desorientação defensiva marcaram o período "negro" das anfitriãs ao longo da primeira parte.

Outro comportamento contra-natura do combinado nacional foi ter falhado no total 33 ataques (18 na primeira parte) e nove livres dos sete metros (grande penalidade). Isabel Guialo, Delfina Mungongo, Azenaide Carlos e Matilde André destacaram-se entre as que mais falharam, algumas vezes por mérito da guarda-redes tunisina Bem Noura.

Com uma Tunísia forte na primeira linha, tendo como principal marcadora a experiente Mouna Chebbam, que se sagrou melhor marcadora do torneio com 27 golos, oito dos quais rubricados a Angola, o combinado nacional foi naquele período muito permissivo, apesar de nunca ter deixado as oponentes distanciarem-se no marcador.

Empates sucessivos desde o início da partida (3-3 aos cinco minutos, 4-4 aos 7', 7-7 aos 11', 10-10 aos 24') ilustram o equilíbrio reinante na partida, com o público, que lotou o pavilhão, a ser preponderante no moral das angolanas. No entanto, não evitaram a desvantagem de 10-12 ao intervalo.

Na segunda parte, Angola entrou mais determinada e encetou a recuperação em que todos os angolanos acreditavam. Num ápice, anulou a desvantagem e voltou a igualar a contenda aos 41 minutos (16-16), seguido de novo empate aos 43'(17-17).

Nessa altura a equipa de arbitragem foi forçada a interromper o jogo em consequência da chuva que entrava pelas laterais do pavilhão, devido aos fortes ventos. O jogo reiniciou 36 minutos depois com as angolanas “endiabradas”. Os remates já passaram quase todos a ser certeiros, a defesa e o contra-ataque já funcionavam em pleno e a guarda-redes da Tunísia deixou de ser um estorvo para o objectivo de qualificação pela sexta vez consecutiva, depois das edições de Atlanta1996, Sidney2000, Atenas2004, Pequim2008 e Londres2012.

No campo o domínio era total, enquanto nas bancadas o comportamento do público era de júbilo pela réplica. Angola chegou a impor uma diferença de cinco golos (25-20) nos últimos minutos do encontro. Nessa altura a equipa técnica substituiu a guarda-redes titular, Teresa Almeida “Bá”, pela júnior Ivete Simão, que se estreou na seleção principal. .

Esta vitória é a revanche, depois da Tunísia ter eliminado Angola nas meias-finais do Africano de 2014 com vitória de 31-30 após prolongamento, em Argel, quebrando um ciclo vitorioso das angolanas em África que durava hávia 11 edições 10 das quais consecutivas.