De facto, os anfitriões têm a prerrogativa de escolher o adversário para a estreia e, normalmente, evita-se aquele oponente que em princípio criará maior dificuldade. No entanto, por altura do sorteio, a equipa técnica nacional, encabeçada por Filipe Cruz, escolheu a Cote dIvoire para abrir o CAN.

Assim, às 18h30 desta segunda-feira, para a primeira jornada do 22º Africano feminino as angolanas defrontam as ivoirenses, cuja “folha de serviço” neste grupo só é superada pelas anfitriãs.

A Cote dIvoire tem dois títulos continentais, cinco vice-campeonatos e quatro medalhas de bronze, em 19 participações. Na última edição (Argélia2014) ocupou um modesto sétimo lugar, mas a nível de África é a terceira selecção mais forte do ranking mundial depois de Angola e Tunísia.

Este jogo vai colocar frente a frente as finalistas do último campeonato que Angola albergou (2008), com vitória das donas da casa, uma posição que ajudou as ivoirenses a deterem o record de vice-campeãs.

De resto, todos os adversários do combinado nacional na primeira fase já foram, pelo menos uma vez, vice-campeões continentais.

Depois da estreia, que é a continuação do desfecho triunfal da edição de 2008 na final da Cidadela Desportiva, a equipa de Filipe Cruz enfrenta, terça-feira, às 19h00, o primeiro vice-campeão da história do campeonato.

Efectivamente, o Senegal, sem qualquer título, já tem sete participações mas nenhuma superou a edição de estreia, em 1974, na qual foi finalista vencido, feito histórico para aquela nação que ostenta por isso uma única medalha (prata) em 21 campeonatos. Na sua mais recente presença nesta competição ocupou o sexto lugar.

Os Camarões cruzam o caminho de Angola na terceira jornada, quarta-feira, às 19h00, com as credenciais de ter sido vice-campeão em 2004 entre as 14 experiências tidas nesta prova.

Apesar de não ter qualquer título, já foi por três ocasiões finalista vencido e por duas vezes medalha de bronze. Na mais recente edição, ocupou a sétima posição. É a sétima selecção mais forte do continente actualmente na posição 46 do ranking IHF.

O sorteio “deixou” para o fim o actual vice-campeão africano. A RDC que já disputou oito vezes o CAN perdeu a final com a Tunísia em 2014, mas melhorou o seu quadro de medalhas que até então só tinha uma medalha de bronze. O seu peso específico mede-se também pelo 42º lugar no ranking da IHF, que a coloca em sexto lugar em África.

Estes são os oponentes que Angola precisa de superar, do alto do seu primeiríssimo lugar quer no quadro de medalhas, quer de títulos quer de ranking mundial e ainda de prestação em mundiais e Jogos olímpicos.

Tunísia em "passeio" no grupo B

No grupo B, que terá apenas quatro selecções, por desistência à última hora do Egipto, o detentor do título, Tunísia, terá na segunda jornada o seu “teste de fogo” quando enfrentar o Congo Brazzaville.

As tunisinas estreiam-se com a Guiné Conacry, a mais jovem das participantes, uma selecção que vai jogar o seu segundo CAN, depois de em 2014 ter ocupado a oitava posição.

Portanto, será a “extensão” do treino para a Tunísia, três vezes campeã continental (mais 4 pratas e dois bronzes) e segunda do ranking.

O embate com as congolesas opõe os dois primeiros campeões da história desta competição. As duas primeiras edições foram vencidas pelos tunisinos, que depois teve de abrir alas para as vizinhas de Angola arrebatarem por quatro vezes consecutivas o trofeu – curiosamente os únicos títulos que mantém até agora em 20 presenças.

No entanto, a República do congo é um frequentador assíduo do pódio africano com quatro medalhas de prata e cinco de bronze. A nível internacional, o seu posicionamento é quatro lugares abaixo da Tunísia (30ª posição) e quarto em África.

A última partida do grupo B recria um embate regional já que será diante da Argélia, 40ª do ranking IHF mas sem qualquer título continental. Em 14 participações o melhor que conseguiu foi um vice-campeonato e três “bronzes”. No entanto, registe-se que nas últimas três edições disputou as meias finais, porém, arredada para o quarto lugar.

Tendo em conta o potencial dos integrantes dos dois grupos, pode ditar em perspectiva uma meia-final entre Angola e Congo, e na pior das hipóteses a repetição de 2014.

Após a disputa da primeira fase, as quatro melhores classificadas de cada grupo apuram-se para os quartos de final, jogando o primeiro de um grupo com o quarto do outro e o segundo com o terceiro.

Por ter apenas quatro selecções, o grupo B não eliminará ninguém e, em princípio, Angola terá pela frente a Guiné Conacry na primeira fase a eliminar.