A fundista internacional cabo-verdiana Crisolita Rodrigues, de referência no atletismo do país, clama por uma maior atenção das autoridades desportivas para com os atletas, alegando que os feitos que têm conquistado, nacional e internacionalmente, não têm sido dignificados no país.

Medalha de Prata na Meia Maratona Internacional de Macau e vencedora das provas de São Silvestre ‘2015 nas cidades da Praia e Mindelo, Crisolita Rodrigues fez este desabafo à Inforpress, lamentando que praticamente trabalha "o ano inteiro sozinha", e que tem sacrificado a vida e a sua família para o bem do atletismo.

A atleta, que tem dominado o atletismo feminino há mais de sete anos, conquistando praticamente todas as provas nacionais e com presença marcada no pódio nas duas últimas Maratonas Internacionais de Macau, alerta que o atletismo de alta competição exige muito dos praticantes e que não basta ser "procurado por altura de representar o País".

Mostra-se "inconformada" pela forma como se sente "abandonada" pelas instâncias governamentais, assim como pela federação nacional da modalidade, alegando que trabalha muito e no duro, treinando praticamente duas vezes ao dia durante a semana, ao mesmo tempo que faz o seu trabalho profissional no dia-a-dia de forma a manter a sua performance e adquirir as finanças para sustentar a família, respetivamente.

Esclarece que a prática do atletismo tem custos, inerentes à aquisição de equipamentos, sobretudo sapatilhas apropriadas, "que são caros no mercado cabo-verdiano", e complementos alimentares, e que tudo provém dos seus parcos recursos.

A este propósito, Crisolita Rodrigues, que tem colecionado troféus, diplomas e medalhas, conquistados durante a já longa carreira, clama por uma "ajudinha" do Governo para poder sentir-se reconhecida por tudo que tem "feito para dignificar o atletismo nacional, tanto no país como no estrangeiro".

Isto porque, atesta, conta apenas com ajudas locais de algumas firmas de entre outros privados de São Vicente e pessoas individuais que reconhecem o seu trabalho, condicionantes que a mesma entende serem determinantes para continuar a galgar estradas deste mundo e para fazer o que melhor sabe e gosta.