Construído em 1974, um ano antes da proclamação da independência angolana, o pavilhão principal da Cidadela desportiva será palco às 19 horas desta terça-feira do Petro Atlético - Recreativo do Libolo, em jogo de desempate do play-off do BIC-Basket, disputado à melhor de sete.

Efetivamente, depois do empate a três, em partidas envoltas em polémicas de dualidade de critérios de arbitragem e comportamentos menos comuns de alguns dirigentes e adeptos, além do castigo por dois jogos ao técnico do Petro, Laraze Andingono, os ingredientes estão criados. E não são poucos: seis jogos, três vitórias para cada interveniente e o recurso à "negra".

Com capacidade para 6.873 espectadores, o recinto pode não ter capacidade para albergar a avalanche de aficionados que se espera, apesar do último elemento da afixação do preço dos bilhetes de acesso em 3.500 kwanzas (bancada geral) e 7.000 (camarote), numa inflação quase ímpar em Angola em termos desportivos.

Todavia, o nível competitivo dos contendores, a qualidades de executantes como Olímpio Cipriano, Eduardo Mingas, os irmãos Carlos e Bráulio Morais (R. Libolo) e pelo Petro Leonel Paulo, Roberto Fortes, Emanuel Quezada (R. Dominicana) e Jason Cain (EUA) podem incentivar a afluência ao recinto, que em 1974 devia albergar o Campeonato do Mundo de hóquei em patins.

Localizado no município do Rangel, o palco do Libolo/Petro foi construído à base de uma arquitetura que já não é atual, mas ainda assim resiste no tempo e desafia o modernismo dos semelhantes no universo angolano. O fácil acesso tem sido preponderante para a adesão dos aficionados.

O espaço sofreu já várias obras de reabilitação e até se levantou a hipótese de demolição, juntamente com o estádio de futebol, devido à antiguidade e inundações em tempo de chuva, esta última situação já ultrapassada com as obras de drenagem das águas pluviais na rua Senado da Câmara.

Mais recentemente, por ocasião da realização no país, finalmente, do Campeonato do Mundo de hóquei em patins, em setembro de 2013, o recinto conheceu outra ação de melhorias, mas acabou por servir apenas para treinos, na competição inédita em África.

Construído há 41 anos, o teto do pavilhão principal já foi trocado, tal como o sistema elétrico e placar electrónico. Foram igualmente feitas intervenções no piso, balneários, tabelas, assentos personalizados e pintura geral. Portanto, todas as condições estão garantidas para o que se pode considerar uma das melhores finais da última década do campeonato angolano da bola ao cesto às 19 horas desta terça-feira.