O poste Eduardo Mingas, capitão da seleção angolana no Afrobasket2015, na Tunísia, anunciou a sua retirada da equipa nacional, após o fracasso na tentativa de conquistar o 12º título africano para o país e quinto na sua conta pessoal, mas ainda assim considera ter exercido a função da melhor forma possível.

Autor de oito pontos em 24 minutos e 44 segundos na final (derrota ante a Nigéria, por 65-74), o atleta do Recreativo do Libolo (2,00 m e 36 anos), disse à Angop, em Radés, ter chegado o momento de deixar espaço para os mais novos na seleção, 13 anos depois da sua estreia no Mundial de Indianápolis, em 2002, nos Estados Unidos da América, mas o "coração" fica sempre no grupo.

Explicou que continuará por mais duas ou três épocas, no máximo, a nível interno por formas a procurar contribuir com algo que ainda lhe resta “ensinar” aos jovens no campeonato nacional.

Mingas, que se notabilizou no basquetebol nacional ao serviço do Interclube, disse ter saído com sentimento de dever cumprido, embora tenha perdido o Afrobasket na condição de capitão.

Na sua opinião, a derrota é fruto do mau desempenho durante o jogo mais decisivo, pois a equipa não defendeu como devia, permitiu que o adversário ganhasse muitos ressaltos ofensivos, e quando é assim dificilmente ganha-se.

Acrescentou ter sido a Nigéria superior em todas as áreas do campo, o que acabou por complicar mais ainda a tarefa de defesa do troféu, reconquistado em 2013, em Abidjan, na Costa do Marfim.

Questionado sobre se a perda do Afrobasket2015 e a ausência de jogadores que já capitanearam a equipa como Carlos Almeida, Kikas Gomes, cujos resultados foram satisfatório, e agora a sua é o princípio do fim para a seleção nacional, em termos de liderança de balneário e conquistas, Mingas disse que não.

Considerou haver muito talento no basquetebol nacional e prognosticou já para o próximo campeonato africano, em 217, o resgate da taça perdida, domingo último, para a Nigéria.

“Não. Não é o princípio do fim. É o fim do Mingas na seleção. Eu termino aqui, mas Angola tem muito talento, muito jovem, e acredito que no próximo africano vamos ganhar”, disse.

No seu último pronunciamento, o capitão pediu aos angolanos, que naturalmente não esperavam pela derrota, para que tenham paciência, pois o desporto é mesmo assim, e acreditem nos mais novos, ausentes no Afrobasket2015.

“Temos atletas que não vieram e o próximo africano será melhor”, augura o campeão africano em quatro das seis participações ao serviço da seleção.

Eduardo Mingas conquistou o Afrobasket nos anos de 2005, na Argélia, 2007 (Luanda), 2009 (Líbia) e 2013, na Costa do Marfim, tendo perdido em 2011, no Madagáscar, e agora na Tunísia.