De acordo com as contas feitas pela agência Lusa, admitindo um aumento de 40 milhões de euros do capital social da SAD através do aumento da participação do clube por entrada em espécie de parte das acções detidas na Benfica Estádio, permite à SAD sair da situação de capitais próprios negativos, geralmente considerada de falência técnica.

A SAD do Benfica tinha no dia 30 de Junho de 2009, dia em que terminou o exercício fiscal 2008/2009, capitais próprios negativos em 11,825 milhões de euros, que passarão a ser positivos em quase 28,175 milhões de euros com o reforço de capital previsto.

No entanto, com o simples aumento de capital de 40 milhões de euros, que elevará o capital social para 115 milhões e cinco euros, a SAD benfiquista continuará a não cumprir o artigo 35 do Código das Sociedades Comerciais, que obriga a que os capitais próprios (activo menos passivo) sejam superiores a metade do capital social.

Segundo cálculos da Lusa, para uma simples operação de aumento de capital social permitir à SAD passar a cumprir o referido artigo 35, o aumento de capital da sociedade teria sempre de ser superior a 98 650 231 euros.

Um aumento de capital social de 98 650 235 euros (múltiplo do valor nominal das acções, que é de cinco euros), elevaria o capital social da SAD para 173 650 240 euros e os capitais próprios atingiriam um valor positivo em 86 825 122 euros, permitindo cumprir o artigo 35 do Código.

Mas, dado que a operação iniciada com o aumento de capital do clube na SAD por troca com acções da Benfica Estádio pressupõe a posterior fusão destas duas empresas do universo Benfica, é impossível apurar se no final a SAD cumprirá o referido artigo 35 sem conhecer a situação líquida da Benfica Estádio, o seu capital social e a valorização que será dada às acções desta empresa.

A Lusa contactou o Benfica, mas fonte oficial do clube afirmou que a administração não vai dar esclarecimentos aos jornalistas antes de explicar esta operação aos sócios do Benfica e aos accionistas da SAD.