Nove das últimas 14 vitórias na Volta a França em bicicleta, entre as quais sete, entre 1999 e 2005, do norte-americano Lance Armstrong, foram apagadas dos registos da prova por doping.

O norte-americano foi o último a perder a coroa da mais famosa prova velocipédica mundial, depois de hoje ter anunciado que desistia da luta na justiça contra as acusações de doping, que o “perseguem” há 10 anos.

Alberto Contador viu ser-lhe retirado o título de 2010, entregue posteriormente ao luxemburguês Andy Schleck, que tinha terminado a prova na segunda posição.

O norte-americano Floyd Landis, que triunfou no Tour em 2006, foi o primeiro ciclista a perder o título na mítica prova, cuja primeira edição se disputou em 1902.

Quatro anos depois da vitória, Landis perdeu o troféu para o espanhol Oscar Pereiro, que tinha terminado na segunda posição.

Sempre que o título foi retirado por doping, a organização do Tour “promoveu” o segundo classificado, mas não teve a mesma decisão, em 2008, em relação ao terceiro lugar.

O austríaco Bernhard Kohl, que terminou a prova atrás do espanhol Carlos Sastre e do australiano Cadel Evans, viu ser-lhe retirada a terceira posição, também por doping, mas nenhum ciclista subiu na classificação, que, segundo o sítio oficial da prova na internet, ainda não foi homologada.

Em 2004, ano marcado pelo sexto triunfo de Lance Armstrong, o português José Azevedo terminou o Tour na quinta posição.

Hoje, depois de Lance Armstrong ter afirmado que desistia de lutar contra as acusações de dopagem, a Agência Antidopagem dos EUA (USADA) anunciou que a decisão do antigo ciclista teria como consequência a perda dos sete títulos da Volta a França e a irradiação da modalidade.

Entretanto, o presidente da Agência Mundial de Antidopagem (AMA), John Fahey, considerou que a USADA agiu de forma correta ao retirar os títulos e referiu que o facto de Armstrong ter desistido de lutar contra as acusações de doping é um reconhecimento de que as mesmas «tinham substância».