O ciclista português Sérgio Paulinho (SaxoBank), “escudeiro” do norte-americano Lance Armstrong no Tour2010, nunca viu «nada de anormal» durante os dois anos de convivência com o recordista de triunfos no “Tour” (sete), acusado de práticas de doping.

«Nunca vi nada de anormal nos dois anos da Astana, em 2009 e em 2010, no qual já éramos RadioShack. Nunca vi nada do que se fala. Nunca aconteceu nada disso na equipa», afirmou em entrevista à agência Lusa.

Paulinho representa agora, juntamente com o luso Bruno Pires, a equipa dinamarquesa do espanhol Alberto Contador, outro corredor que venceu três “Grandes Boucles”, em 2007, 2009 e 2010, mas foi recentemente suspenso por doping e desapossado do terceiro título.

«Em todos os ‘Tours’ que ele [Armstrong] ganhou e, mesmo quando voltou, nunca deu um controlo positivo, por isso não deixo de ficar um pouco estupefacto com tudo o que se está a falar», continuou.

Quarta-feira, a Agência Norte-americana Antidopagem (USADA) justificou as razões pelas quais irradiou o antigo ciclista de todas as competições, acusando a sua equipa, US Postal e posteriormente Discovery Channel, de executar o «mais sofisticado, profissional e eficaz programa de doping que o desporto jamais viu».

No processo de investigação, 11 ex-colegas de equipa testemunharam contra o ciclista texano, que dominou a prova francesa entre 1999 e 2005, acusando-o de tomar substâncias proibidas e de fomentar a cultura do recurso a substâncias dopantes nas suas formações.

Para Sérgio Paulinho, «cabe às entidades competentes averiguar o caso, como já o estão a fazer», preferindo aguarda pelo «resultado final» e não tecer comentários sobre o facto de serem «colegas que estão a dizer o que se fazia».

«[Armstrong] É uma pessoa que eu admiro bastante por aquilo que passou na sua vida, como venceu o cancro... uma pessoa que eu continuo a admirar bastante como ciclista. Vou tê-lo sempre como um ídolo, independentemente daquilo que se venha a passar», frisou Paulinho.