A Volta a França, pela voz do seu diretor, Christian Prudhomme, pretende que não sejam reatribuídos os títulos das sete edições conquistadas pelo norte-americano Lance Armstrong, ciclista norte-americano sancionado por doping.
«Não nos podemos mostrar indiferentes ao que a USADA [Agência Antidopagem Norte-americana] revelou esta semana. Foi desenhado um quadro condenatório», disse Prudhomme em relação ao relatório tornado público pelos norte-americanos.
Segundo o mesmo relatório, Armstrong, que detém o recorde de triunfos na principal prova de ciclismo do mundo (entre 1999 e 2005), fez parte de um sistema «sofisticado» de dopagem na sua equipa.
O ciclista texano foi irradiado pela USADA, que anulou os resultados obtidos nesse período, mas a sanção ainda não foi validada pela União Ciclista Internacional (UCI), o que anularia o seu palmarés.
O responsável da Volta a França esclareceu: «por muito estranho que possa parecer para o exterior, os organizadores não são os responsáveis pelo palmarés».
Christian Prudhomme disse ainda que o que está em causa é não só um sistema, mas também uma época do ciclismo que será manchada. «O que defendemos é que não haja um vencedor», justificou, escusando-se no entanto a falar em «década perdida».
O dirigente explicou que foi perante as dificuldades que se construiu a luta antidopagem e que o «ciclismo e a UCI foram pioneiros nessa luta».
«O passaporte biológico, o número de controlos e a eficácia dos mesmos permitiram que cada vez mais batoteiros fossem detetados mais rapidamente», referiu.
Entretanto, o presidente da UCI, o irlandês Pat MacQuaid, não se mostrou muito comunicativo na visita à China, na Volta a Pequim, escusando-se a aprofundar o caso, dizendo apenas que o organismo «tomará uma decisão em 21 dias».
«Temos o caso de Lance Armstrong em cima da mesa e vamos estudá-lo com a equipa jurídica da UCI. Temos 21 dias para o fazer e depois tomaremos uma decisão», revelou o dirigente máximo do ciclismo mundial.