A Associação internacional de ciclistas (CPA) revelou hoje que o caso Lance Armstrong é «inquietante» e fez um ultimato à União Ciclista Internacional (UCI) para que demonstre a sua capacidade na luta contra o doping.

«O sistema deve ser justo e equitativo, sem falhas ou privilégios. Quanto a isto, a UCI ainda tem de demonstrar e provar que pode dar garantias», defendeu a CPA, na sequência da sua assembleia geral anual que teve lugar no início da semana em Milão, Itália.

De acordo com a associação, presidida pelo antigo ciclista italiano Gianni Bugno, «concluiu-se claramente que a luta contra o doping deve passar por uma comissão independente», com a CPA a ter legitimidade para participar na sua criação e na sua atividade.

O processo Armstrong, o séptuplo vencedor do Tour (1999 a 2005) condenado pela Agência norte-americana antidopagem (USADA) pelo envolvimento no esquema de doping «mais sofisticado» do desporto com a perda de todos os resultados desportivos, foi comparado a um “tsunami” que abalou fortemente o ciclismo.

«O caso Armstrong é inquietante não apenas por dizer respeito a um dos maiores campeões que o ciclismo conheceu, mas também pela perda de credibilidade e autoridade das instituições criadas para dirigir a modalidade», assumiu a associação, garantindo que os corredores não podem tolerar dúvidas quanto à igualdade de aplicação da justiça desportiva.

Para a CPA, «uma luta vigorosa» contra o doping constitui a única solução possível para o ciclismo e o desporto.

«A garantia que todos os atletas serão tratados da mesma maneira é claramente a primeira etapa», completou.