O número um mundial de ténis, Novak Djokovic, criticou hoje duramente Lance Armstrong, que confessou ter-se dopado, considerando que o ex-ciclista é «uma vergonha para o desporto» e que devia «sofrer por todas as suas mentiras».

«É uma vergonha para o desporto ter um atleta como Armstrong. Enganou o desporto. Enganou muita gente no mundo inteiro com a sua carreira e a sua história», afirmou Djokovic, à margem do Open da Austrália.

O tenista sérvio é da opinião de que «todos os seus títulos [de Armstrong] devem ser retirados», em nome de um desporto mais limpo.

«Simplesmente não é a forma de ter sucesso. Penso que ele deve sofrer por todas as suas mentiras ao longo dos anos», sublinhou o tenista.

Djokovic confessou ser apreciador de ciclismo, mas disse estar desiludido com a modalidade, que sofreu com «demasiados escândalos de doping» nos últimos tempos.

Em relação ao ténis, "Nole" garante que é um desporto "limpo" e que não tem qualquer problema em sujeitar-se aos controlos antidoping.

«Os tenistas são os desportistas mais limpos. Não me importa passar por 10, 20 ou 30 controlos por ano. São as regras. Os controlos agora são mais rigorosos e se for igual para todos os jogadores, tudo bem», concluiu o tenista número um mundial.

Numa entrevista à apresentadora de televisão Oprah Winfrey, emitida na quinta-feira nos Estados Unidos, Lance Armstrong admitiu pela primeira vez que se dopou.

Lance Armstrong venceu, entre 1999 e 2005, sete edições consecutivas da Volta a França, a principal competição velocipédica do mundo, mas as mesmas foram-lhe retiradas pela União Ciclista Internacional (UCI), na sequência de um inquérito da Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA).

As conclusões apontavam para o recurso de doping, que sempre negara, ao longo de quase toda a carreira e, por isso, o seu palmarés desde 01 de agosto de 1998 foi "apagado", sendo que na quinta-feira, o Comité Olímpico Internacional (COI) também exigiu a Lance a devolução do bronze conquistado em 2000.