O antigo ciclista Miquel Poblet, o primeiro espanhol a vestir a camisola amarela do Tour e a vencer a clássica Milão-San Remo, morreu hoje aos 85 anos, em Barcelona, devido a uma insuficiência renal e uma infeção generalizada.

Considerado como o melhor ciclista catalão de todos os tempos, e um dos pioneiros da modalidade em Espanha, Poblet começou a competir em 1944, quando, com apenas 16 anos, conseguiu uma licença federativa, continuando a pedalar quase duas décadas mais, até 1962.

A paixão pelas bicicletas vem da infância, já que o seu pai tinha uma loja de bicicletas na vila onde nasceu, Montcada. Nela, o pequeno “Miquelet” descobriu um mundo que o acompanharia a vida inteira.

O “sprinter” tornou-se lenda a partir dos meados dos anos 50, não só entre os adeptos locais, mas também no estrangeiro, e muitos anos tiveram de passar para se encontrar uma figura semelhante no ciclismo espanhol.

Em 1995 tornou-se no primeiro corredor espanhol a vestir a camisola amarela do Tour e, no ano seguinte, foi o primeiro ciclista a somar vitórias de etapa nas três grandes provas: Tour, Giro e Vuelta.

No seu palmarés contam-se 62 vitórias no total, onde se destacam duas voltas à Catalunha, três campeonatos de Espanha de montanha, sete campeonatos de Espanha de velocidade, assim como 20 vitórias de etapa no Giro, três no Tour e três na Vuelta.

No entanto, Poblet também gostava muito das clássicas, destacando-se, principalmente, na Milão-San Remo, que venceu por duas vezes, em 1957 e 1959, sendo o primeiro espanhol a conseguir tal feito, o que o fez conquistar a admiração dos italianos.

A “flecha amarela”, como era conhecido quando liderava a equipa Ignis, foi um dos muitos nomes que recebeu ao longo da sua vida em cima das bicicletas.

Foi ainda o “bebé de Montcada” ou Sancho Pança, devido à sua estatura e constituição forte, enquanto em Italia deram-lhe a alcunha de Mig, em referência aos rápidos aviões russos militares.