O italiano Vincenzo Nibali (Astana) provou hoje, na cronoescalada da 18.ª etapa da Volta a Itália, que não é apenas um ciclista regular, mas sim um vencedor.

Não há nenhum ciclista tão consistente no pelotão nas últimas três temporadas como Nibali: terceiro no Tour2012, segundo no Giro2011 e terceiro no ano anterior, conquistou aquela que é a sua única grande Volta em Espanha, em 2010.

No entanto, o “Tubarão do Estreito” é muitas vezes criticado pela falta de iniciativa, que se traduz, quase invariavelmente, na ausência de vitórias de etapas. Mas hoje, contra a chuva e contra todos, o italiano fez as escolhas certas (trocou a bicicleta de contrarrelógio, mais usual para lutas contra o cronómetro, pela de estrada) e pedalou a uma velocidade fora do comum para vencer com um tempo de 44.29 minutos e dar um passo importante para a conquista desta edição.

«Vou poder controlar a corrida de forma mais tranquila», congratulou-se o homem da Astana, que deixou o seu mais direto rival, o australiano Cadel Evans, a uma distância quase irrecuperável nos dias que faltam.

O ciclista da BMC teve um dia para esquecer e, talvez devido à chuva forte, fez um “crono” abaixo do esperado, sendo 25.º na etapa e estando agora a 04.02 minutos da camisola rosa, dez segundos diante de Rigoberto Uran (Sky), que terminou a tirada no sexto posto, a 01.26 minutos do vencedor.

Nibali parece agora não ter rival à altura, tal como não teve nos 20,6 quilómetros entre Mori e Polsa, que consagraram Samuel Sanchez, o grande derrotado da jornada, como segundo classificado da 18.ª etapa, a 58 segundos.

«O Nibali esteve muito forte, `sacou-me´ quase um minuto. É o `maglia´ rosa, é italiano, está na sua prova, está num momento de forma invejável. É óbvio que tinha um ponto extra de motivação e fez um grande crono», descreveu “Samu”, que teve de esperar até ao último momento para saber que perdia a etapa.

O italiano deixou a concorrência à distância e os portugueses também, já que só Tiago Machado (RadioShack), no 31.º lugar, conseguiu ficar dentro dos 100 primeiros e ser agora 36.ª da geral, a quase uma hora do primeiro.

Ricardo Mestre (Euskaltel-Euskadi) foi 118.º a 06.17 minutos, Nelson Oliveira (RadioShack), ficou aquém do esperado, sendo 154.º, a 07.56 minutos, dois lugares acima de Bruno Pires.

O ciclista da Saxo-Tinkoff ocupa a 64.ª posição da geral, com Oliveira a ser 78.º e Mestre 140.º.

Na sexta-feira, corre-se a 19.ª etapa, uma jornada de alta montanha, entre Ponte di Legno e Val Martello, a chegada em alto no final de 139 quilómetros.

Se as condições atmosféricas não melhorarem, o pelotão pode não chegar a subir as duas inclinações míticas do dia, a Gavia e o Stelvio.