Matteo Trentin devolveu hoje a Itália a glória perdida nos últimos três anos, ao ganhar a 14.ª etapa da Volta a França em bicicleta, para dar à Omega Pharma-Quick Step o seu quarto triunfo na 100.ª edição.
«Quando se trabalha para um corredor como Cavendish, aprende-se umas quantas coisas. Esperei pacientemente para me lançar no sprint quando faltavam 100 metros», descreveu o italiano, de 23 anos, o melhor de uma fuga de 18 elementos que animou a ligação entre Saint-Pourçain-sur-Sioule e Lyon.
Depois das grandes emoções da véspera, os homens da geral decidiram dar-se um “dia de descanso” antes do temível Mont Ventoux e deram luz verde a uma fuga numerosa, com alguns dos mais conhecidos “fugitivos” do pelotão.
Os primeiros a mexer logo nos primeiros quilómetros foram Lars Bak (Lotto-Belisol), o inevitável Jens Voigt (RadioShack) e Blel Kadri (AGR2), mas a sua existência enquanto trio durou pouco, já que mais 15 ciclistas juntaram-se-lhes pouco depois.
Marcus Burghardt e Tejay van Garderen (BMC), Jan Bakelants (RadioShack), Cyril Gautier (Europcar), Arthur Vichot (FDJ), Pavel Brutt (Katusha), Imanol Erviti e José Joaquin Rojas (Movistar), Egoitz Garcia (COF), Mateo Trentin (Omega Pharma-Quickstep), David Millar e Andrew Talansky (Garmin), Michael Albasini (Orica-GreenEdge), Simon Geschke (Argos-Shimano) e Julien Simon (Sojasun) aproveitaram aquela que poderia muito bem ser a sua última oportunidade de ganhar uma etapa no 100.º Tour.
Insatisfeitas por não estarem na fuga, Lampre e Euskaltel, bem discretas nesta edição, assumiram as rédeas da perseguição e não deixaram a vantagem aumentar muito mais de três minutos, com a aprovação de Sky, Saxo-Tinkoff e Belkin, mais preocupadas em descansar os seus líderes para a próxima jornada decisiva.
Johnny Hoogerland (Vacansoleil) e Damiano Cunego (Lampre) tentaram apanhar os 18 corredores, lançando-se numa fuga a dois, mas, apesar do grande esforço, não conseguiram integrar o grupo da frente.
Ao contrário do que é habitual, hoje, à medida que os quilómetros para a meta em Lyon iam encurtando, mais a diferença para o pelotão aumentava, tanto que, com os últimos ataques de Simon, que esteve muito perto de dar à França uma vitória, ou de Burghardt, ultrapassou a barreira dos sete minutos.
Com o grupo a perder peças enquanto se aproximava de Lyon, a discussão final da etapa deu-se entre um lote restrito, do qual Matteo Trentin emergiu como vencedor, batendo na linha, com o tempo de 04:15.11 horas, o suíço Michael Albasini (Orica-GreenEdge) e o norte-americano Andrew Talansky (Garmin).
O sorriso não enganava. Primeira etapa no Tour para o ciclista da Omega Pharma-Quick Step, festejada efusivamente por todos os elementos da formação, primeiro triunfo italiano desde Alessandro Petacchi na quarta etapa da Grande Boucle, a 07 de julho de 2010, quarta vitória para a sua equipa, depois das de Mark Cavendish e Tony Martin.
Tranquilo no pelotão chegou Chris Froome, acompanhado pelos concorrentes na geral e pelos portugueses Rui Costa (Movistar) e Sérgio Paulinho (Saxo-Tinkoff).
No domingo, a 15.ª etapa vai ligar Givors e o Mont Ventoux, uma longa maratona de 242,5 quilómetros até uma das subidas míticas do Tour.