O britânico Chris Froome, vencedor da Volta a França em bicicleta deste ano, mostrou-se hoje satisfeito com o percurso da edição de 2014, apontando os troços empedrados da quinta etapa como principal risco do percurso.

Para o espanhol Alberto Contador, vencedor do Tour em 2007 e 2009, os 15 quilómetros de "pavé" repartidos por nove setores da quinta etapa são uma "loucura", mas, no seu entender, o itinerário hoje apresentado em Paris, assenta como uma luva ao corredor da Sky.

«Não estamos habituados a ter empedrado no Tour. Vamos ter de nos preparar para isso de forma específica. Não rodei muito sobre 'pavés'. Corri uma vez o Paris-Roubaix [em 2008] e abandonei. Foi no início da minha carreira. Mas posso dizer que não é o meu terreno preferido», afirmou Froome, depois de conhecer o percurso da corrida que começa a 05 de julho, em Leeds, Inglaterra, e termina a 27 de julho, em Paris.

O britânico sublinhou que os troços empedrados são «algo mais do que um risco», porque «tudo pode acontecer, furos, quedas, problemas mecânicos...». «Vai ser um desafio. A equipa vai estudar a forma de minimizar os riscos. Talvez ponham um mecânico com uma roda suplente a cada 100 metros», brincou.

Considerando que o percurso é "equilibrado", Froome disse que «as etapas de montanha vão ser decisivas, mas os trepadores vão ter de passar pelo empedrado e, além disso, há o contrarrelógio» no penúltimo dia, que, na sua opinião, vai marcar diferenças importantes, devido à sua extensão, 54 quilómetros.

«A corrida vai ser nivelada até ao último dia e o contrarrelógio será uma boa forma de terminar. Estou muito contente por terem posto este contrarrelógio tão longo», admitiu.

Depois de conhecer o traçado, Alberto Contador declarou que Froome é o favorito, «tanto pelos resultados deste ano como pelos do anterior».

«É um percurso que lhe assenta na perfeição. A sua equipa tem também corredores que se adaptam às clássicas para a etapa do empedrado», sublinhou o madrileno, desvalorizando ainda o facto de o Tour de 2014 ter apenas um "crono", porque é bastante longo e as diferenças tendem a ser grandes.

Contador também destacou a «tensão» que se vai acumular nos primeiros nove dias e, em particular, na quinta etapa, considerando que os troços de "pavé", habitualmente utilizados no Paris-Roubaix, são «uma loucura».

«Não é só por poderes cair tu, é porque também te podem atirar ao chão ou [caírem] outros que estão à tua frente e podes perder o Tour», expressou.

Sobre a montanha, o corredor da Saxo Bank disse que «está mais repartida do que em outras edições», porque a organização potenciou muito a cordilheira dos Vosges, que consideram tão decisiva como as passagens nos Alpes e no Pirenéus.