O diretor desportivo da OFM-Quinta da Lixa, José Barros, assegurou hoje que o espanhol Alejandro Marque, vencedor da edição de 2013 da Volta a Portugal em bicicleta, tinha uma prescrição médica para recorrer ao esteroide betametasona.

«O Alejandro já enviou a documentação toda para a União Ciclista Internacional (UCI), dando conta de que tinha um problema no joelho antes da Volta a Portugal, quando fez essa infiltração», afirmou à agência Lusa José Barros, contestando que isso configure como um controlo antidoping positivo.

O jornal espanhol El Pais noticia hoje que Marque teve um controlo antidoping positivo durante a edição de 2013 da Volta a Portugal em bicicleta, acusando o recurso ao esteroide betametasona.

De acordo com a mesma publicação, a substância foi identificada na urina do vencedor da prova "rainha”, que corria pela equipa portuguesa OFM-Quinta da Lixa, numa análise feita durante a corrida.

O responsável da equipa assegura que esta «uma substância que o Marque teve de tomar e que se pode tomar dentro das suas regras, tal como ele fez».

«A UCI não dá o caso como positivo, pediu os documentos para provar como tinha essa lesão no joelho e como fez essa infiltração. Ele [Marque], sempre que ia ao controlo, levava a documentação que provava a toma dessa substância, que é autorizada dentro de determinadas datas. Agora, estão a perguntar o porquê de a tomar», frisou José Barros.

A betametasona é um glucocorticoide e consta entre as substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidopagem (AMA), se for administrada por via oral, intramuscular, intravenosa ou retal, mas permitida através de infiltrações ou por via dérmica.

A Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) não foi notificada e uma vez que a corrida é internacional a responsabilidade é da UCI, que, tendo em conta a nacionalidade do corredor, apenas tem de notificar a federação espanhola, explicou fonte FPC contactada pela agência Lusa.

O Código Mundial Antidopagem pune este tipo de infrações com dois anos de suspensão e, nesse caso, Marque incorre na perda do título conquistado em agosto, que, caso se confirme, deverá ser atribuído ao também galego Gustavo Veloso, igualmente da OFM-Quinta da Lixa.

Pouco depois da vitória na Volta a Portugal, a Movistar anunciou a contratação de Marque, de 32 anos, mas, ainda de acordo com o El Pais, o corredor já não deverá incorporar a equipa espanhola a partir de 01 de janeiro de 2014, depois de ter falhado o estágio de Pamplona, na última semana, para acompanhar o grave estado de saúde da sua mãe.

Marque, que conquistou a Volta a Portugal com quatro segundos de vantagem sobre Veloso, venceu também o prémio de ciclista do ano da Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais.