A Associação de Ciclismo do Minho (ACM) denunciou hoje a existência de casos de atletas suspensos por “doping” que participam em competições desportivas não oficializadas, sem especificar.

Num alerta ao secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, e à Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), a ACM diz que os atletas assumem um papel de referência nessas competições, emergindo como “verdadeiros heróis desportivos”.

“Para onde caminha o nosso desporto e que princípios e valores estão afinal a ser transmitidos aos jovens quando atletas implicados em casos de doping ou em que na sua modalidade não existe controlo antidopagem se tornam ‘campeões’?”, questiona a Associação.

O mesmo organismo sublinha que se trata de eventos geralmente muito mediatizados e nos quais ninguém regula e defende a ética desportiva.

Para a associação minhota, “o problema do ‘doping’ agrava-se e assume contornos preocupantes ao nível dos eventos desportivos organizados à revelia pelas Federações dotadas do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva”.

O comunicado salienta ainda que esses eventos, não especificados, não têm qualquer garantia “de cumprimento das normas de segurança e da defesa da verdade e da ética desportiva”.

Por tudo isso, a ACM entende ser “urgente enquadrar definitivamente todos os eventos nas respetivas Federações dotadas do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva e combater os indícios de recurso ao doping que podem derivar do reposicionamento de agentes prevaricadores em novas funções, modalidades e vertentes e do surgimento e implantação de organizações empresarias ligadas ao desporto que poderão estar a contribuir para a proliferação do doping”.