O ciclista norte-americano Andrew Talansky (Garmin) ganhou hoje o Critério do Dauphiné, depois de revolucionar a corrida francesa na oitava e última equipa, ganha pelo espanhol Mikel Nieve (Sky) na subida final para Courchevel.

O jovem corredor americano, de 25 anos, décimo na Volta a França do ano passado, alcançou a mais importante vitória da sua carreira, graças a uma fuga sólida à qual o espanhol Alberto Contador (Tinkoff-Saxo), completamente isolado, deu resposta tardia, mas espetacular.

Contador, que envergava a camisola amarela, foi vítima das fragilidades da sua equipa, mas, mesmo sozinho, fez tudo para defender a liderança, com uma "cavalgada" solitária nos últimos 25 dos 131,5 quilómetros da tirada iniciada Megève.

Tendo à partida oito segundos de vantagem sobre Christopher Froome (Sky) e 39 face a Talansky, o vencedor da Volta a França de 2007 e 2009 perdeu esta prova antecâmara do Tour, por 27 segundos, ao chegar em décimo, a 1.15 minutos de Nieve, ou seja, 1.06 minutos depois do norte-americano, quarto na etapa.

Froome, vencedor da edição de 2013 antes de triunfar na Volta a França, cedeu o comando ao madrileno na véspera, um dia depois de uma queda aparatosa, e hoje voltou a dar sinais de fraqueza, concluindo a etapa a mais de cinco minutos do vencedor e a quase quatro de Contador.

Nesta curta etapa com três contagens de montanha de primeira categoria, a corrida tomou forma bastante cedo quando duas dezenas de corredores, incluindo Talansky, Ryder Hesjedal, Jurgen van den Broeck e Romain Bardet, se puseram em fuga e ganharam um avanço superior a três minutos sobre o líder, tornando Talansky virtual camisola amarela. Contador, Froome e o italiano Vincenzo Nibali (Astana) ficaram para trás.

Este figurino colocou novamente em evidência a falta de equipa de Contador, que fez toda a corrida praticamente isolado. A 25 quilómetros da chegada, numa altura em que Nibali também já se tinha distanciado, o "pistoleiro" percebeu que tinha de agir sozinho, porque Froome estava no limite.

Então com um atraso na casa dos dois minutos e meio, o espanhol foi em busca dos homens da frente, limitou as perdas, mas não teve força suficiente para anular totalmente o avanço de Talansky. Bem ilustrativo da incapacidade da sua equipa foi o facto de três dos seus companheiros, incluindo os portugueses Sérgio Paulinho e Bruno Pires, terem chegado fora do controlo.

A vitória na tirada foi para Mikel Nieve, que terminou em 3:20.29 horas, com três segundos de vantagem sobre o francês Romain Bardet (Ag2r La Mondiale) e cinco sobre o britânico Adam Yates (Orica GreenEDGE).