O português Rui Costa (Lampre-Merida) considerou hoje que a concentração é a “chave” para um bom desempenho na Volta a França em bicicleta, e admitiu não ter uma meta concreta na mais importante prova velocipédica mundial.

“O Tour é uma prova muito complicada e é importante ser frio e tentar perceber qual o objetivo a cada momento. Num dia podemos pensar em vencer etapas, mas de repente estar envolvidos na luta por um bom lugar na geral”, referiu, acrescentando: “mas pode surgir um dia mau e é preciso esquecer a classificação geral”.

Em entrevista ao sítio Biciciclismo, Rui Costa, que no domingo venceu pela terceira vez consecutiva a Volta à Suíça, admitiu que na Volta a França todos os dias são importantes e decisivos.

“No Tour há 23 dias importantes (...) a qualquer momento pode surgir um dia decisivo. É uma prova em que é necessário estar totalmente concentrado. Desde a partida sabes que não podes relaxar nem um segundo. O problema é que os outros 200 ciclistas também o sabem”, afirmou.

Rui Costa, que em 2013 ao serviço da Movistar venceu duas etapas do Tour, admitiu não ter um objetivo concreto para a edição 2014 que marca a sua “estreia” como chefe de fila.

“Não tenho nenhuma meta concreta. Penso sempre que o meu objetivo é melhorar a cada ano. A verdade é que nunca corri o Tour a pensar na classificação geral. Este ano vai ser a minha estreia com essa mentalidade e por isso não tenho referências sobre o que pode acontecer”, referiu.

Com o britânico Chris Froome e o espanhol Alberto Contador apontados como favoritos, o ciclista português, campeão mundial, recusou assumir-se como candidato a um lugar no pódio do Tour, que decorre entre 05 e 27 de julho.

“Froome e Contador têm a vantagem de saber o que é ganhar. Não posso dizer que o meu objetivo é ser terceiro, porque até agora nunca me vi envolvido nessas lutas”, disse, admitindo que Vincenzo Nibali e Alejandro Valverde são candidatos ao pódio.

Para o português, o terceiro triunfo consecutivo na Volta à Suíça - o primeiro como campeão do Mundo - é uma recompensa por todo o trabalho que tem desenvolvido.

“É uma recompensa por tudo o que tenho treinado desde dezembro. Sempre disse que o meu objetivo era defender a camisola arco-íris durante a temporada. Até agora não tinha conseguido. Era muito importante ganhar, ainda mais na Suíça, onde há muitos adeptos portugueses que sempre me apoiaram”, frisou.

Rui Costa, que vai disputar os campeonatos nacionais, garantiu que a preparação para o Tour está feita e que agora o fundamental é descansar: “O trabalho duro para o Tour está feito e depois de correr tantos dias na Suíça é preciso recuperar do esforço e pensar já no Tour”.

O ciclista português garantiu sentir-se muito apoiado na Lampre-Merida e explicou que o facto de ter assinado um contrato de apenas um ano foi forma mais justa para ambas as partes.

“Acredito que antes de assinar contratos mais longos, devemos assinar por uma temporada. Se tudo correr bem, pode-se pensar em continuar na equipa”, rematou.