A estreia de Vincenzo Nibali (Astana) no “pavé” do “Inferno do Norte”, parte do troço da clássica Paris-Roubaix percorrida hoje durante a quinta etapa da Volta a França em bicicleta, surpreendeu o próprio camisola amarela.

“Imaginava que podia conseguir algum tempo, porque há etapas muito duras como esta no Giro, mas não esperava isto”, confessou o italiano, que ganhou 2.35 minutos a Alberto Contador e 2.09 minutos a Alejandro Valverde e viu o grande favorito, o britânico Chris Froome, vencedor em 2013, abandonar.

O camisola amarela contou que, quando viu os adversários em dificuldade, acelerou o ritmo na companhia dos colegas da Astana.

“A equipa esteve perfeita e hoje senti-me em grande forma”, admitiu, continuando: “Não tenho muita experiência no empedrado, mas disseram-me que tinha de manter a trajetória reta e ir pelo meio. A estrada estava muito escorregadia e tratei de aplicar os meus conhecimentos para não cair”.

Nibali lamentou ainda o abandono de Chris Froome (Sky), culpou a chuva e o nervosismo de todos pela dureza da quinta etapa e recusou assumir-se como grande favorito. “Tenho uma boa vantagem para o Contador, mas agora tenho de pensar numa boa estratégia para as próximas etapas”, concluiu.

Grande derrotado do dia, o espanhol da Tinkoff-Saxo confessou ter vivido um dia “muito complicado” e ter perdido “muitíssimo tempo”.

“Estava no sítio preciso onde se rompeu o pelotão, à entrada do segundo tramo [de pavé]. O importante era sobreviver a este dia sem quedas”, acrescentou o vencedor do Tour em 2007 e 2009, que atribuiu o seu atraso nos últimos quilómetros a um problema na bicicleta provocado pela lama.

Alejandro Valverde (Movistar) disparou um “muito mal” ao cortar a meta, em Arenberg. “Atiraram-me ao chão”, acusou, revelando que fez os últimos 60 quilómetros na bicicleta de José Joaquin Rojas.