Os ciclistas portugueses André Cardoso (Cannondale-Garmin), Sérgio Paulinho (Tinkoff-Saxo) e Fábio Silvestre (Trek) terminaram hoje a Volta a Itália com a sensação de dever cumprido, depois de três semanas com momentos duros, mas memoráveis.

Veterano do pelotão internacional, Sérgio Paulinho concluiu o seu primeiro Giro como vencedor, ou não fosse ele um dos escudeiros incansáveis do camisola rosa Alberto Contador: “Os meus objetivos foram cumpridos, tinha como objetivo ajudar a equipa a chegar à vitória final e conseguimos”.

No entanto, e apesar da grande experiência, o ciclista da Tinkoff-Saxo, que foi 97.º a 04:32.23 horas do seu líder, sai da Volta a Itália surpreendido.

“Este foi um Giro muito duro, em tantos Tour e Vuelta nunca tinha feito uma grande Volta tão rápida como esta. Adorei a minha estreia. Muita gente diz que o Giro é a corrida mais bela do mundo e concordo, foi das corridas mais bonitas que fiz”, contou à agência Lusa.

André Cardoso (Cannondale-Garmin) foi o melhor entre os portugueses, na 21.ª posição.

“O balanço é positivo. Uma vitória em etapa do jovem [Davide] Formolo, o Ryder Hesjedal a bater no poste [a ser segundo em etapas] por duas vezes e sempre em ascensão. [O líder] Termina no ‘top 5’ e eu em 21.º. O meu lugar vem por acréscimo, mas também concluo o Giro em ascensão e com o sentimento de dever cumprido”, disse Cardoso desde Milão à agência Lusa.

O pequeno trepador da Cannondale-Garmin ficou à porta do ‘top 20’ – ficou a dois minutos exatos de Carlos Betancur (AG2R-La Mondiale) e a 01:19.27 horas do vencedor Alberto Contador –, mas a única desilusão que traz na bagagem é não ter lutado pela vitória numa etapa.

“Gostava de ter estado numa fuga e ter disputado uma etapa! Só isso... Sentia-me capaz de disputar uma etapa numa fuga”, confessou à Lusa.

Fábio Silvestre estreou-se não só na ‘corsa rosa’ como em grandes Voltas, conseguindo alcançar o objetivo que revelou antes de partir para Itália: chegar ao fim.

“A primeira semana foi terrível, mas a etapa de Madonna di Campiglio e a do Mortirolo foram as piores. Nunca pensei desistir. Sempre pensei que, se tivesse de ir embora, era por chegar fora do controlo”, reconheceu o jovem de 25 anos à Lusa.

Apesar da 149.ª posição, a 05:54.39 horas de Contador, o ciclista da Trek era hoje um homem feliz: “Faço um balanço positivo, porque consegui chegar ao fim nas etapas de ‘sprint’ e dar o meu melhor em prol do [Giacomo] Nizzolo para que ele pudesse vencer a camisola dos pontos”, concluiu.