A Etixx-Quickstep foi hoje do 'céu ao inferno' no final da sexta etapa da Volta a França em bicicleta, passando, em segundos, da alegria pelo triunfo de Zdenek Stybar, à aflição pela queda grave do camisola amarela Tony Martin.

“Ainda vou fazer radiografias. Espero poder alinhar amanhã (sexta-feira), mas é preciso ver a amplitude das mazelas”, disse o desanimado camisola amarela, causador e maior afetado (pode ter uma fratura no braço esquerdo) de uma queda que derrubou grande parte dos candidatos sob a ‘flamme rouge’, arco que assinala o último quilómetro para a meta.

O rosto preocupado de Martin, que teve de ser guiado até à meta pelos seus companheiros, contrastou com a felicidade de Zdenek Stybar, que beneficiou do choque provocado pela queda do seu colega para chegar isolado a Le Havre.

“É um sentimento estranho, que mistura a alegria às dúvidas quanto à saúde do Tony. Por um lado, é extraordinário ganhar uma etapa no Tour. Ainda não estou em mim. Mas, por outro, estou verdadeiramente triste pelo Tony", explicou o especialista em ciclocrosse.

Hoje, a caravana sentiu na pele o ditado “as aparências iludem”. Durante a quase totalidade dos 191,5 quilómetros entre Abbeville e Le Havre, pela primeira vez na 102.ª edição, não houve nenhuma queda aparatosa, nem nenhum momento de preocupação para as equipas dos principais candidatos, que entregaram a perseguição à longa fuga do dia aos ‘comboios’ dos ‘sprinters’.

O francês Pérrig Quemeneur (Europcar), o belga Kenneth Vanbilsen (Cofidis) e o histórico eritreu Daniel Teklehaimanot (MTN-Qhubeka) – no final, tornou-se no primeiro africando a envergar a camisola da montanha - saltaram para a frente da corrida ao quilómetro cinco por lá ficaram até à entrada dos últimos dez, depois de disporem de uma vantagem superior a 12 minutos.

Mas a Giant-Alpecin não estava disposta a abdicar de uma nova oportunidade para John Degenkolb, que anda muito apagado (e derrotado) neste Tour. A equipa alemã perseguiu afincadamente o trio, anulando na empreitada tentativas dos irrequietos Thomas Voeckler (Europcar) e Thomas De Gent (Lotto Soudal) e conduzindo o pelotão para o tão ansiado ‘sprint’.

Sob a indicação dos últimos dois quilómetros, o camisola amarela apareceu para preparar o lançamento de Mark Cavendish, fez o seu trabalho, encostou e, enquanto deslizava para a traseira do pelotão, tocou em algo, desequilibrou-se e caiu sobre o braço esquerdo, levando consigo os favoritos Vincenzo Nibali (Astana), Nairo Quintana (Movistar), Tejay Van Garderen (BMC) e Chris Froome (Sky)

O impacto da queda de Tony Martin foi devastador: atordoadas, as equipas dos ‘sprinters’ desorganizaram e deixaram Stybar, que estava na frente do comboio da Etixx-Quickstep, sozinho. Sem saber o que tinha acontecido ao seu colega, o checo pedalou até à meta sem olhar para trás, festejando o triunfo depois de 04:53.46 horas na estrada.

Enquanto o corredor de 29 anos demonstrava a sua alegria, bem à frente de Peter Sagan (Tinkoff-Saxo), outra vez segundo, e de Bryan Coquard (Europcar), o líder da geral era empurrado pelos colegas, qual cordão humano, até à meta, enquanto mantinha o braço esquerdo imobilizado.

“Não me lembro bem o que aconteceu. Toquei na roda traseira de outro corredor. É uma pena. No Tour, a sorte e o azar andam muitas vezes associados”, lamentou o alemão, que continua a liderar a geral com 12 segundos de vantagem sobre Froome e 25 sobre Van Garderen que, tal como muitos outros, foram creditados a dois segundos do vencedor, por terem caído dentro do último quilómetro.

Apesar de terem chegado fora do primeiro grupo, Rui Costa e Nelson Oliveira (Lampre-Merida) e Tiago Machado (Katusha) também beneficiaram da regra que indica que, quando uma queda ocorre nos últimos três quilómetros, os prejudicados registam o mesmo tempo que o pelotão. José Mendes (Bora-Argon 18) foi 117.º, a 03.16 minutos.

A dúvida para a sétima etapa, que se disputa na sexta-feira na distância de 190,5 quilómetros entre Livarot e Fougères, é saber se Tony Martin consegue superar o azar com a força da amarela.

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