Centenas de sobradenses receberam hoje a equipa da W52-Quinta da Lixa, vencedora da Volta a Portugal em bicicleta, com o repetente camisola amarela Gustavo Veloso a assumir-se como mestre-cerimónia da festa que entupiu aquela vila de Valongo.

O fogo preso iluminou a chegada da longa comitiva de viaturas afetas à formação da União Ciclista de Sobrado, em que pontificava o autocarro descapotável, de dois andares, que transportava os ciclistas e as pessoas mais próximas da equipa.

O galego Gustavo Veloso, que repetiu o triunfo de 2014, chegou na frente do autocarro, com a camisola amarela vestida e o troféu de vencedor na mão, que repetidamente exibiu a todos os presentes, enquanto os colegas distribuíam champanhe e recolhiam imagens desta festa espontânea que, pelo terceiro ano consecutivo, sai à rua em Sobrado.

As centenas de pessoas que esperaram a equipa fizeram, depois, um cordão humano que levou os ciclistas até ao coreto, bem no centro da vila, junto a duas tarjas de apoio - "Junta de Freguesia saúda o vencedor da Volta a Portugal em bicicleta" e "Parabéns campeões" -, num trajeto naturalmente mais demorado por parte de Veloso.

Habitualmente reservado, o repetente vencedor da Volta a Portugal foi o mestre da cerimónia dos festejos e um dos ciclistas mais efusivos, chamando de microfone em punho os colegas, distribuindo vivas pelos patrocinadores e pelo debutante diretor desportivo, Nuno Ribeiro.

"Esta vitória é para todos vocês. Obrigado a todos. A Volta é importante, mas vocês todos também", disse Gustavo Veloso, à frente dos colegas e de outros elementos da W52-Quinta da Lixa, cujos pequenos apontamentos destilavam os sinais de uma festa que promete ir pela noite dentro.

Antes da chegada da comitiva, a música de Quim Barreiros ecoava nos altifalantes instalados no centro de Sobrado, "uma terra que ama o ciclismo".

O betetista Rui Magalhães veio de Rebordosa para aplaudir os tricampeões, no que diz ser "um segundo S. João".

"O segredo é o espírito de equipa", afirmou, destacando a superioridade da equipa de Valongo, ao lembrar que "[a festa] já começa a ser uma rotina desde que começou a W52".

A seu lado, Domingos Marujo e o filho, Paulo, preferiam enaltecer "a festa espontânea" para receber os campeões.

"Isto é quase uma família, em que todos se dão bem, e mesmo os espanhóis são pessoas que já convivem connosco", disse o sobradense Paulo Marujo à agência Lusa, enquanto o pai lamentou que os vencedores não sejam portugueses.

Ainda assim, Domingos Marujo, vizinho de Nuno Ribeiro, um dos três sobradenses que já ganharam a Volta (os outros são Fernando Moreira e Joaquim Leão), disse ser justo considerar os galegos Gustavo Veloso e Alejandro Marque, que o antecedeu como camisola amarela, "mais portugueses do que muitos dos que nasceram cá", apontando Delio Fernández como "um promissor futuro vencedor".

O espanhol Gustavo Veloso (W52-Quinta da Lixa) sagrou-se no domingo vencedor da Volta a Portugal em bicicleta pela segunda vez consecutiva, depois de concluída a décima e última etapa, em Lisboa, ganha pelo italiano Matteo Malucelli (Idea 2010 ASD).

Gustavo Veloso, de 35 anos, foi ainda o vencedor da classificação por pontos, enquanto o prémio da montanha foi conquistado por Bruno Silva, Por (LA-Antarte) e o russo Aleksey Rybalkin (Lokosphinx), 15.º da geral, foi o melhor jovem desta edição.

Este ano, a W52-Quinta da Lixa acumulou também a vitória por equipas, repetindo o triunfo de 2014, então com outra designação (OFM-Quinta da Lixa).