Nuno Bico, na 40.ª posição, foi o melhor português na prova de fundo de sub-23 dos Mundiais de ciclismo de estrada, que consagrou o francês Kevin Ledanois como novo campeão do Mundo.

Durante os 162,2 quilómetros do percurso, Nuno Bico caiu, teve um furo na roda da frente e ainda viu a progressão prejudicada por uma queda alheia, na última volta, na zona mais estreita do circuito de Richmond (Estados Unidos), mas ainda assim foi o melhor corredor luso, ao chegar a 37 segundos do vitorioso Kevin Ledanois, que bateu o italiano Simone Consonni, prata, e o compatriota Anthony Turgis, bronze.

"O tempo começou a piorar nas últimas voltas, provocando quedas. Houve uma à minha frente, na fase decisiva da prova, que me fez perder a boa colocação", lamentou o campeão nacional da categoria, citado em comunicado da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC).

O segundo melhor elemento da seleção nacional foi Rui Carvalho, que ocupou o 56.º lugar, a 01.12 minutos do vencedor: "Vinha no pelotão principal, perto do Nuno Bico, mas a queda obrigou-me a colocar o pé no chão e, como estava justo de forças, já não deu para recuperar. Quero regressar no futuro a um Mundial para tentar fazer um bom resultado", prometeu.

João Rodrigues, que se mostrou na fase inicial da prova, pedalando em fuga nas primeiras três voltas, pagou mais tarde a fatura, descolando do pelotão para ser o 105.º a cortar a meta, a 10.44 minutos do primeiro.

"Talvez fosse cedo de mais para ir para uma fuga, mas o meu problema foram, principalmente, as cólicas na barriga, que não me permitiram continuar no grupo da frente", revelou o algarvio.

O último dos quatro lusos foi aquele que, em condições normais, seria o líder da equipa: Rúben Guerreiro, que teve uma queda na Volta a França do futuro, foi 121.º, a 15.19 minutos.

"Tive de parar uma semana. Regressei aos treinos e sofri uma tendinite, o que me impediu de treinar normalmente. Já durante a última semana, o Dr. Nuno Loureiro [médico da seleção] curou-me e hoje já não senti dores. No entanto, fiz a corrida toda em grande sofrimento, pagando o preço dos dias de paragem", lamentou.

O selecionador nacional, José Poeira, salientou também o azar do ciclista da Axeon: "Neste percurso, o Rúben Guerreiro tinha condições para fazer um excelente resultado. Infelizmente não chegou aqui nas melhores condições físicas. A equipa lutou, dois elementos mantiveram-se no grupo principal até ao momento das decisões. Gostaríamos de ter feito mais, mas não foi possível".