O ciclista costa-riquenho Andrey Amador (Movistar) tanto tentou que hoje alcançou algo nunca imaginara, ao vestir a camisola rosa no final da 13.ª etapa da Volta a Itália, ganha por Mikel Nieve, que deu uma alegria à Sky.

Vindo de um país sem tradições no ciclismo, Amador provou que a genética e o querer ultrapassam qualquer obstáculo para tornar-se no primeiro costa-riquenho a vestir a ‘maglia rosa’ em 99 edições do Giro, depois de recuperar para chegar a Cividale del Friuli no grupo de favoritos, no qual já não estava o anterior líder, o luxemburguês Bob Jungels (Etixx-QuickStep).

“A verdade é que nunca imaginei isto. Não pensei que poderia acontecer. Estou verdadeiramente feliz por ter esta camisola”, disse o corredor de 29 anos, que dedicou o feito a todos aqueles que o apoiaram no seu país.

O sonho do ciclista da Movistar, quarto na geral do ano passado, esteve perto de não acontecer, já que Amador perdeu o contacto com o pelotão de favoritos na última subida do dia, a contagem de segunda categoria de Valle, e foi obrigado a uma perseguição frenética, que o fez cortar a meta lado a lado com todos os candidatos, a 1.17 minutos do vencedor Mikel Nieve e 50 segundos à frente do anterior líder.

“Não tive as pernas que queria hoje, mas optei por seguir ao meu ritmo e estou muito contente por ter sido capaz de reentrar”, assumiu Amador, que, com a subida ao primeiro lugar da geral, deixou para segundo plano a cavalgada do espanhol da Sky.

Frustrados com a desistência do seu líder Mikel Landa e sem outro candidato consistente para a geral, os homens da formação britânica receberam luz verde do diretor desportivo para tentarem a sua sorte nas fugas, uma missão que Nieve acolheu de bom grado. "Depois do abandono de Landa, a equipa ficou muito desanimada. Queríamos ganhar etapas”, reconheceu.

Depois de integrar a numerosa fuga do dia, formada rumo à primeira contagem de montanha de primeira categoria, o basco, que faz 32 anos na próxima semana, isolou-se na frente de corrida na penúltima ascensão, em Cima Porzus, aguentou-se em solitário na última subida em Valle, na descida e na aproximação plana à meta e completou os 170 quilómetros entre Palmanova e Cividale del Friuli em 4:31.49 horas.

Atrás de si chegou o combativo italiano Giovanni Visconti (Movistar), segundo a 43 segundos, com Vincenzo Nibali a ser terceiro, à frente do grupo no qual constavam os restantes grandes candidatos: o espanhol Alejandro Valverde (Movistar), o polaco Rafał Majka (Tinkoff), o colombiano Rigoberto Uran (Cannondale) ou o russo Ilnur Zakarin (Katusha).

Ao chegar no grupo de favoritos, Amador roubou a liderança a Bob Jungels, que agora é segundo a 26 segundos, tendo Nibali a 41. André Cardoso (Cannondale), que foi 29.º a 4.14 minutos, subiu duas posições para o 26.º lugar, a 18 minutos do costa-riquenho da Movistar.

No sábado, tem lugar a etapa rainha da 99.ª Volta a Itália. São 210 quilómetros entre Alpago e Corvara, nos Dolomitas, com seis contagens de montanha (Pordoi, Sella, Gardena, Campolongo, Giau, Valparola), quatro das quais acima dos 2.000 metros.