A Federação Portuguesa de Ciclismo esclareceu hoje que não há qualquer profissional entre os sete acusados pelo Ministério Público, de aquisição venda e fornecimento de substâncias e tratamentos dopantes, ocorridos entre janeiro e agosto de 2013. “Não há entre os arguidos qualquer ciclista profissional, havendo, isso sim, praticantes de ciclismo amadores e populares, alguns nem sequer filiados na Federação Portuguesa de Ciclismo. Desmentimos, assim, as informações erradas veiculadas nesta sexta-feira”, refere uma nota da federação.

A reação do organismo surge na sequência de uma nota divulgada hoje pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), anunciando que acusou sete pessoas, entre as quais quatro ciclistas profissionais federados em Portugal, sem revelar identidades, de práticas de doping.

A federação da modalidade assegura ainda que colaborou com a Polícia Judiciária e com o Ministério Público na investigação que culminou com a constituição de sete pessoas como arguidas.

Segundo a nota da PGDL, o despacho de acusação foi proferido na segunda-feira, na sequência de “um inquérito que teve por objeto a investigação do fornecimento organizado de substâncias e tratamentos dopantes a ciclistas profissionais federados (…)e a sua aquisição por parte destes”.

De acordo com a nota, “foram acusados sete arguidos por se ter fortemente indiciado que três deles adquiriram, venderam e forneceram” substâncias dopantes “aos outros quatro arguidos”.

A nota considera ainda que foram realizados vários procedimentos, nomeadamente “tratamentos de ozono por via intravenosa [ozonoterapia]”, com o “propósito de obtenção de proventos económicos e de alteração da condição física dos atletas por forma a melhorar o desempenho desportivo”.

Entre as substâncias referidas figuram, entre outras, a Eritropoietina (EPO), IGF-1, uma hormona semelhante à insulina, e um peptídeo TB-500, que ajuda a promover o aumento da massa muscular, resistência e força.