Vincenzo Nibali chegou à camisola rosa no penúltimo dia da Volta à Itália em bicicleta e é o vencedor antecipado da prova, com exibições de grande nível nos dois dias finais de alta montanha.

A exemplo do que aconteceu na véspera, o italiano chefe de fila da Astana não ganhou a tirada, foi sexto, mas ganhou muito tempo à concorrência, pelo que vai partir para a etapa de consagração de domingo com vantagem de 52 segundos sobre o colombiano Esteban Chaves (Orica-GreenEdge).

Em apenas dois dias de luta nos Alpes, Nibali transformou o que parecia ser uma derrota certa em triunfo sem contestação, repetindo assim o sucesso de 2013.

À partida para os 134 quilómetros entre Gillestre, em França, e Sant’Anna di Vinadio, Nibali ainda tinha um atraso de 44 segundos para Chaves e sabia que, para a vitória, tinha de ser agora ou nunca.

A etapa antevia-se desgastante, com a subida aos picos de Vars e La Bonette, ambos em território francês e acima dos 2.000 metros, e no topo fronteiriço da Lombarda, antes da pequena ascensão final para Sant’Anna di Vinadio, novamente em Itália.

Nibali, que esteve sempre no grupo dos primeiros da geral, esperou pela ‘sua hora’ e a cerca de 15 quilómetros da meta, na subida para La Lombarda, atacou muito forte, ‘cavando’ um fosso cada vez maior para Chaves e o espanhol Alejandro Valverde (Movistar), seus principais adversários.

Quando Nibali chegou à meta já lá estavam cinco ciclistas, os ‘sobreviventes’ da fuga do dia, com o estónio Rein Taaramae (Katusha) a ficar com o primeiro lugar do pódio do dia, com 4:22.43 horas.

Tinha também chegado o espanhol Mikel Nieve (Sky), que defendeu com êxito a sua posição de líder do Prémio da Montanha, pontuando em todas as subidas.

Também para ele a etapa de domingo, entre Cuneo e Turim, passa a ser uma mera formalidade.

O único português em prova, André Cardoso (Cannondale), voltou a estar em bom plano, concluindo a tirada em 18.º, a 10.29 de Taaramae, o que lhe permitiu nova subida na classificação, de dois lugares, para 14.º.

Aos 31 anos, consegue agora o melhor resultado de sempre da carreira, sendo também o segundo ciclista mais bem classificado da sua equipa, atrás do colombiano Rigoberto Uran (sétimo).