O ciclista espanhol Jesús Herrada completou hoje com mestria uma jogada estratégica da Movistar, ao vencer a segunda etapa do Critério do Dauphiné, com o seu compatriota Alberto Contador (Tinkoff) a manter-se de amarelo.

Numa jogada previamente ensaiada, Dani Moreno acelerou na frente do grupo para lançar Herrada, que soube esperar pelo momento certo para atacar e aguentou a perseguição dos favoritos, conquistando, no final dos 168 quilómetros entre Crêches-sur-Saône e Chalmazal-Jeansagnière, a primeira vitória da temporada, diante do francês Tony Gallopin (Lotto Soudal) e o belga Serge Pauwels (Dimension Data).

“Era preciso ficar na roda até ao final. Não desperdicei as minhas forças, mantive-me tranquilo até aos 500 metros finais. Sabia que esta chegada era boa para mim e aproveitei o ataque do Dani Moreno para segui-lo e completar o trabalho”, explicou o corredor de 25 anos.

Foi preciso esperar pelos últimos 1.000 metros da segunda etapa em linha para ver os candidatos fazer as suas movimentações para reduzir as diferenças para o líder Contador, que, no entanto, conseguiu responder a todos os ataques para preservar a camisola amarela.

Antes, já a sua Tinkoff tinha trabalhado para anular a fuga precoce do eritreu Daniel Teklehaimanot (Dimension Data), dos franceses Alexis Gougeard (AG2R) e Lilian Calmejane (Direct Energie), do neozelandês Jack Bauer (Cannondale) e do polaco Bartosz Huzarski (Bora-Argon 18), que nunca tiveram mais de 3.30 minutos de vantagem, e posteriormente para apanharem Michal Kwiatkowski.

O polaco, campeão do mundo em 2014, foi o primeiro ‘isco’ lançado pela Sky de Chris Froome para testar a liderança do espanhol, com o papel de segundo agitador a recair em Mikel Landa. O espanhol arrancou a quatro quilómetros da meta, sendo seguido por Dani Navarro (Cofidis).

O esforço de ambos foi inglório e, nas rampas até à contagem de terceira categoria, coincidente com o alto, a Sky lançou um terceiro corredor, o colombiano Sergio Henao, que teve resposta imediata de Joaquim Rodríguez (Katusha).

Mas só Herrada, com uma arrancada fulminante, conseguiu uma margem que lhe permitiu cortar a meta isolado, com o tempo de 4:13.43 horas, dois segundos à frente do minipelotão no qual seguiam os principais nomes, incluindo Contador, o australiano Richie Porte (BMC), que continua no segundo posto da geral, a seis segundos do espanhol, e Chris Fromme, terceiro a 13.

André Cardoso (Cannondale) foi o melhor português na jornada, ao ser 41.º a 20 segundos do vencedor, com Nelson Oliveira (Movistar) a surgir no 53.º lugar, a 50 segundos. Depois de trabalhar e muito para manter a amarela no corpo do seu chefe de fila, Sérgio Paulinho chegou num grupo a 19.29 minutos de Herrada.

Na geral, Cardoso saltou para a 43.ª posição, estando agora a 2.02 minutos de Contador e tendo Oliveira três postos mais atrás, com mais cinco segundos, enquanto Paulinho é 168.º, a 22.57.

Na quarta-feira, disputa-se a terceira etapa do Critério do Dauphiné, entre Boen-sur-Lignon e Tournon, na distância de 187,5 quilómetros.