Mark Cavendish chegou à 103.ª Volta a França ‘caído em desgraça’, mas, à sexta etapa, já leva três triunfos, que o consagram como o segundo ciclista mais vitorioso da história da prova francesa.

Depois de vencer as primeira e terceira tiradas – e de ter vestido a primeira amarela da 103.ª edição -, Mark Cavendish voltou a ser mais forte do que todos os outros ‘sprinters’, incluindo o gigante alemão Marcel Kittel (Etixx-QuickStep), provando que, aos 31 anos, ainda tem a ponta de velocidade que o ajudou a conquistar 29 vitórias no Tour e a desempatar com Bernard Hinault.

“Nem pensei nisso. Só estava a pensar no meu irmão mais novo, que foi pai ontem”, respondeu quando questionado sobre o facto de ter superado o 'colosso' francês e de estar a apenas cinco triunfos do recorde detido pelo belga Eddy Merckx.

Dado como acabado para os ‘sprints’, depois de ter somado apenas uma vitória nas últimas duas edições (em 2014 desistiu à segunda etapa) e quatro desde o início da temporada, o homem da ilha de Man deu uma 'bofetada de luva branca' a todos os seus críticos, demonstrando que a opção de baixar de escalão (da Etixx-QuickStep para a Dimension Data) foi uma das escolhas mais acertadas da sua carreira.

“Meu Deus, este final foi assustador. Foi como nos bons velhos tempos. Honestamente, esta manhã disse aos rapazes que havia duas linhas de meta, a primeira a 12 quilómetros, quando entrámos na estrada pequena. O Bernie [Bernhard Eisel] e eu estávamos demasiado atrás. Foi uma carnificina no final, com tipos a virem de todos os lados. Queria a roda do Kittel. Lutei e lutei pela roda do Kittel”, confessou o ciclista da Dimension Data, que ajudou a marcar uma tirada sem história.

Noutra etapa 'soporífera', com uma média mais própria dos pelotões continentais do que da elite do ciclismo mundial (40,275 km/h), nem a fuga iniciada antes dos dez quilómetros pelo checo Jan Barta (Bora-Argon 18) e pelo japonês Yukia Arashiro (Lampre-Merida) conseguiu despertar a caravana de uma longa letargia, espraiada ao longo dos 190,5 quilómetros entre Arpajon-sur-Cère e Montauban.

Foi longa a ‘caça’ aos fugitivos, que nunca superaram a barreira dos seis minutos de vantagem e que foram apanhados a 22 quilómetros da meta, mais por falta de forças do que por uma aceleração notória do pelotão, comandado nessa altura pelas equipas dos ‘sprinters’.

Com a aproximação à meta a fazer-se com uma mescla de cores – e intenções – na frente de corrida, sem comboios (onde é que eles andam nesta edição?) ou organização aparente, o lançamento do ‘sprint’ coube à Lotto NL-Jumbo, com a Etixx-QuickStep a assumir a arrancada final.

Mas, ao contrário da véspera, Kittel mediu mal as distâncias, arrancou demasiado cedo e viu Cavendish ultrapassá-lo para festejar o seu terceiro triunfo em seis etapas, consumado em 4:43.48 horas.

A desorganização do final da sexta tirada provocou um corte, com quase todos os favoritos, incluindo o camisola amarela Greg Van Avermaet e o português Nelson Oliveira (Movistar) a chegarem a quatro segundos do vencedor.

Alberto Contador (Tinkoff) e Rui Costa (Lampre-Merida) perderam um segundo para os restantes candidatos, com o português a ser 47.º na geral, a 13.56 minutos do belga da BMC, que continua a ter 5.11 minutos de vantagem sobre o francês Julian Alaphilippe (Etixx-QuickStep), segundo, e 5.13 sobre Alejandro Valverde (Movistar), terceiro.

Mas a amarela de Van Avermaet pode estar a prazo, já que, na sexta-feira, a sexta etapa, uma ligação de 162,5 quilómetros entre L'Isle-Jourdain e Lac de Payolle, apresenta uma contagem de montanha de primeira categoria a sete quilómetros da meta.

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