O pior dos três alentejanos do pelotão da 78.ª Volta a Portugal em bicicleta pode ter de pagar um presunto pata negra ao vencedor desta competição regional idealizada por Henrique Casimiro, curiosamente o mais bem classificado.
Esta ‘aposta’ revelada por Henrique Casimiro, envolveria supostamente Daniel Mestre e Bruno Pires e poderia promover uma competição alentejana, no ano em que a principal prova do calendário velocipédico nacional regressa à região, pela primeira vez desde 2008, com a partida da nona e penúltima etapa, no sábado, desde Alcácer do Sal até Setúbal.
“Nós temos sempre um campeonato. Quando corremos os três, fazemos a aposta que o último tem de pagar um presunto de porco preto, sempre. No final da Volta, vamos cumprir três dessas apostas que estão em atraso, eu estou a perder um e o Pires outro, agora espero que seja um dos outros a pagar”, afirmou Henrique Casimiro, provavelmente aproveitando o facto de estar nos 10 primeiros da classificação geral.
O seu conterrâneo e companheiro de equipa na Efapel Daniel Mestre rejeitou qualquer rivalidade entre os corredores da região, que assegurou serem “poucos, mas bons”, admitindo o sonho de lutar pela vitória no final de uma etapa em Almodôvar, sua terra natal e de Henrique Casimiro.
“Se for em Almodôvar, quero ser o melhor alentejano, porque são chegadas mais ao meu jeito. Noutros lados, mais inclinados, espero que seja o Henrique, que é como um irmão para mim. Não há qualquer rivalidade com o Henrique, nem com o Bruno”, frisou Daniel Mestre.
Bruno Pires, dos suíços da Team Roth, destacou o triunfo de Daniel Mestre na segunda etapa, que lhe valeu a camisola amarela, e a presença de Henrique Casimiro nos 10 primeiros como “motivo de orgulho para os alentejanos”.
“Para mim é especial estar nesta Volta, depois de seis anos de ausência, enquanto estive nas melhores corridas do mundo. Viver o que se vive aqui é diferente, e estar no Alentejo, a correr naquelas estradas, mexe com as minhas emoções e espero ter um dia bom”, referiu o corredor natural de Redondo.
Em comum, os três alentejanos do pelotão partilharam que um natural da região “tem de lutar um pouco mais para chegar a profissional”, dada a ausência de equipas.
“Acho que todas as regiões deviam estar presentes no percurso da Volta a Portugal, no sul, o ciclismo é muito acarinhado, porque passa à porta das pessoas. É uma grande emoção para as pessoas, mas também para nós, que treinamos naquelas estradas e queremos que se orgulhem do nosso desempenho”, reiterou Henrique Casimiro, ansiando pela oportunidade de “familiares e amigos estarem presentes, a dar mais força e motivação”.