A Federação Portuguesa de Ciclismo revelou hoje à Lusa que, nas próximas semanas, vai negociar detalhes da concessão dos direitos de exploração da Volta a Portugal entre 2018 e 2025 com a Podium Events, a atual organizadora.

“A Direção da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) analisou a proposta apresentada pela Podium Events, registando com satisfação a abertura da administração da empresa, que aceitou as condições colocadas pela Federação Portuguesa de Ciclismo”, sublinhou a entidade, numa posição enviada à Lusa.

A direção da FPC, hoje reunida, especificou ainda que, nas próximas semanas, serão “negociados detalhes da concessão de exploração comercial e, havendo acordo, será assinado o contrato de concessão para o período 2018-2025”.

A Podium Events, atual organizadora da prova rainha do calendário velocipédico nacional, foi a única empresa a apresentar uma candidatura para a concessão dos direitos de exploração da Volta a Portugal entre 2018 e 2025.

Na nova lista de encargos para a concessão da organização da Volta a Portugal por um período de oito anos, a FPC apresenta uma cláusula, incluída na “Reserva de Direitos”, que permite à entidade “impedir a participação de equipas na Volta a Portugal que não representem os valores do ‘novo ciclismo’”, ou seja, um ciclismo de “fomento e desenvolvimento, cada vez mais internacional, irrepreensível ao nível da ética desportiva”.

O concurso, cuja fase de candidaturas terminou a 31 de março, estipulava que os interessados em adquirir os direitos da prova rainha do calendário nacional terão de pagar, anualmente, 450.000 euros (atualização anual indexada à inflação) à FPC, sendo obrigatória a apresentação de garantia financeira de montante igual a metade do preço anual, e que, para além da Volta a Portugal, terão de organizar a Volta a Portugal do Futuro e outra prova internacional de categoria igual ou superior a 2.2 da União Ciclista Internacional.

Na escolha do organizador, a entidade que tutela o ciclismo nacional explicou que iria privilegiar “um programa desportivo que seja capaz de estimular as equipas internacionais a participarem e ao mesmo tempo defenda os interesses das equipas e dos ciclistas nacionais”.

Assim, seriam fatores preferenciais de seleção o enquadramento internacional da Volta numa lógica desportiva do ‘novo ciclismo’, a defesa do interesse e desenvolvimento do ciclismo nacional das equipas e dos ciclistas nacionais e a postura irrepreensível e colaboradora na luta antidoping, que inclui a imposição junto das equipas nacionais e ‘staff’ organizativo de regras de exclusão de elementos com postura pública e histórico de permissividade face ao doping e à fraude desportiva.

Considerar a tradição da Volta a Portugal, defender uma lógica de cobertura territorial e promover o ‘fair play’ e desportivismo são os outros vetores essenciais no novo contrato.