Ricardo Mestre (Efapel-Glassdrive), o último ciclista português a ganhar a Volta a Portugal, recusou hoje assumir-se como o principal favorito à conquista da amarela na 76.ª edição.

“Eu venho para esta corrida com o objetivo de estar na discussão. Estou há um ano a trabalhar para esta corrida. Sinto que venho com o trabalho bem feito e espero estar entre os melhores”, disse à agência Lusa, preferindo não assumir-se como um dos candidatos mais fortes.

Ricardo Mestre venceu a Volta em 2011 e, no ano seguinte, saiu pela porta pequena, ao sofrer uma queda aparatosa, tendo estado ausente no ano passado por estar a representar a Euskaltel-Euskadi, extinta equipa do WorldTour.

“Esta vai ser a minha nona Volta, tenho consciência que não há anos iguais. Pode ser melhor, pode ser pior, espero que seja um ano em que a sorte me acompanhe”, assumiu.

Para o último português a vencer a corrida, “todas as equipas trazem um ou dois favoritos para a discussão da corrida”, pelo que não vai “descartar ninguém”.

O grande adversário de Mestre poderá ser o eventual dorsal número um, o espanhol Gustavo Cesar Veloso (OFM-Quinta da Lixa).

“A Volta é muito complicada, não se ganha em nenhum dia, mas em qualquer dia se pode perder. Há grandes ciclistas aqui em Portugal, há que respeitar todos. Hoje todos temos as mesmas possibilidades e trataremos de que, ao longo dos dias, cada vez haja possibilidades para menos gente e que nós estejamos aí para discutir até ao último dia a vitória na Volta”, reconheceu o vice-campeão de 2013.

Já Rui Sousa, que no ano passado foi derrotado por Alejandro Marque e Veloso no contrarrelógio final, não tem problemas em assumir que esta pode ser a sua última oportunidade de vestir a amarela no pódio final.

“Eu acho que fiz a melhor preparação possível, encontro-me bastante bem. Não sou um ciclista jovem, aliás vou para a minha 16.ª Volta a Portugal, e acho que chegou o momento do tudo ou nada. Com 38 anos, já poucos anos me restam na modalidade, mas acho que esta será a última oportunidade”, confessou.

O terceiro de 2013 entende que os adversários se encontram na melhor forma possível, porque “também fizeram a melhor preparação” e acredita que a 76.ª edição “vai ser um bom espetáculo, uma boa luta”.

“Vai ser uma batalha. Acima de tudo, que proporcionemos aos adeptos do ciclismo um bom espetáculo. Agora claro, não escondo nem nunca escondi que é o meu principal objetivo da temporada”, concluiu o novo líder da Rádio Popular-Onda.

Quarto em 2013, Edgar Pinto (LA-Antarte) parte com o objetivo de fazer desta a sua Volta: “Preparei-me ao longo destes três meses para estar aqui bem e espero que tenha o resultado do trabalho que tive”.

“O trabalho de casa foi feito, agora é tentar encarar as etapas com a maior tranquilidade e que as coisas nos saiam bem. O meu objetivo da época é este e fiz tudo para estar bem neste dia”, disse Hernâni Broco, o quinto no ranking de 2013.

O chefe de fila do Louletano-Dunas Douradas pensa que está “num momento similar ao que estava no ano passado e há dois anos”, mas recorda que nesta edição tem uma vantagem, a dureza das etapas.

“A montanha para mim é bom, são etapas às que me adapto perfeitamente. Espero que o tempo também me ajude, sou um ciclista que gosta de calor. Penso que, na primeira semana, as quatro etapas podem ser decisivas, talvez não para o vencedor, mas podem ditar quem vai estar na discussão final”, acrescentou durante a apresentação das equipas, que aconteceu hoje em Fafe.

A cidade minhota vai acolher, na quarta-feira, o prólogo que inaugura 11 dias de competição, com final em Lisboa, a 10 de agosto.