O ciclista português António Carvalho desfaleceu hoje ao cortar a meta na Torre e recebeu assistência dos médicos da Volta a Portugal, depois de ter sido fundamental no triunfo de Delio Fernández, seu colega da W52-Quinta da Lixa.

“Foi devido ao desgaste grande desta subida. Dei tudo e quando assim é não podemos durar sempre”, explicou o jovem trabalhador da formação do Sobrado, que tem sido apontado como fundamental pelo camisola amarela, o espanhol Gustavo Veloso.

Carvalho, vencedor da classificação da montanha em 2014, contou que na parte final da sétima etapa, pediu ao diretor desportivo para continuar a trabalhar.

“Quis trazer a corrida até ao final. Pedi para terem calma que eu, enquanto pudesse, ia controlar a corrida”, revelou.

Ao cortar a meta, depois de 171,3 quilómetros desde Condeixa-a-Nova, os últimos 20 a subir numa contagem de categoria especial, o quinto classificado da geral individual caiu no chão, ficou estendido no solo e foi observado pelos médicos da prova.

Dez minutos depois, já Carvalho falava aos jornalistas, assumindo que nos 500 metros finais começou a pensar em si e na sua presença no ‘top 10’.

O corredor da W52-Quinta da Lixa confessou ainda que, na terça-feira, a etapa de Oliveira de Azeméis estava destinada para si, mas que, perante o perigo de quedas, o plano foi reformulado e a equipa decidiu que deveria proteger Veloso.

“Ele ofereceu-me a camisola amarela, o relógio que ganhou, o ramo”, disse, revelando o bonito gesto do líder da geral, até agora desconhecido.