A Casa do Desportista, inaugurada em 1985 na Ilha de Luanda para receber delegações desportivas, com o estatuto de empresa pública angolana, vai ser extinta, por determinação governamental, até final deste ano.

A decisão resulta de um decreto conjunto dos ministérios da Economia, Finanças e da Juventude e Desportos, do final de abril, dando um prazo de 180 dias para a sua liquidação, por esta ter deixado de "cumprir com o objetivo para o qual foi criada".

"Estando atualmente descontextualizada e desajustada em relação às necessidades dos operadores desportivos, federações, clubes e atletas", lê-se no documento, ao qual a Lusa teve hoje acesso.

O documento acrescenta que o "processo de redinamização das instituições públicas determina a extinção dos entes públicos que não realizam os objetivos que estiveram na base da sua criação, bem como o reaproveitamento dos bens imóveis do Estado que se encontram em situação de inatividade".

Com a decisão de extinção da Casa do Desportista, nomeadamente por dificuldades de gestão, fica definido ainda um prazo de 45 dias para reclamação de créditos desta empresa pública, após a criação da respetiva comissão liquidatária.

Dados de 2010, quando o Ministério da Juventude e Desportos lançou novo programa para redinamizar aquele espaço, indicam que a Casa do Desportista possuía 64 quartos, 32 dos quais com cinco camas, com preços que então variavam entre os 8.000 kwanzas (45 euros) e os 12.000 kwanzas (67 euros), especificamente para receber em Luanda equipas e atletas de todo o país.

O espaço foi inaugurado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a 09 de dezembro de 1985, tendo em conta a priorização do desporto como fator de unidade nacional, desenvolvimento humano e social, conforme noticiado na altura.