Bennet Omalu, um dos maiores patologistas a nível mundial, defende que os cabeceamentos têm de ser restringidos no futebol profissional e banidos nas crianças.

O especialista em lesões cerebrais advertiu numa entrevista que cada contacto com a bola causa danos cerebrais que podem evoluir mais tarde para doenças graves.

"Não faz sentido controlar um objeto a alta velocidade com a cabeça. Creio que talvez tenhamos de restringir os cabeceamentos no futebol profissional. É perigoso", começou por dizer à BBC Radio 5.

"Nenhum jovem com menos de 18 anos deve cabecear uma bola. As crianças entre os 12 e os 14 anos devem jogar com o menor contacto possível. As crianças entre 12 e os 18 anos podem jogar futebol, mas não devem cabecear a bola", acrescentou.

Omalu reforçou que é preciso uma mudança nas regras, apesar desta não se afigurar uma tarefa fácil. "Sei que é difícil para muita gente, mas a ciência evolui. Nós mudamos ao longo do tempo, a sociedade muda. É hora de mudarmos algumas coisas", atirou.

O patologista que provou a ligação entre a encefalopatia e o futebol norte-americano assegura que apesar do futebol na Europa ser menos propenso ao contacto físico violento do desporto norte-americano, os cabeceamentos no futebol podem ter o mesmo impacto no cérebro dos futebolistas.

"O cérebro humano flutua como um balão dentro do crânio. Quando alguém cabeceia uma bola, sofre danos cerebrais. Jogar futebol aumenta o risco de teres problemas cerebrais quando fores mais velho, como demência ou encefalopatia traumática crónica", finalizou.