Alexander Ceferin nunca foi fã do vídeo-árbitro. Por diversas ocasiões, o presidente da UEFA mostrou-se contra algumas regras da ferramenta que foi criada para ajudar os árbitros. Para Ceferín, é urgente introduzir modificações nas regras em situações de mão na bola dentro da área e também nos foras de jogo.

"Não é correto que um jogador possa estar em fora de jogo porque tem um pé maior do que o adversário" disse o esloveno, citado pelo jornal espanhol 'AS'. Para Ceferin, o VAR só deve ser utilizado seja em situações "óbvias, claras e propositadas".

Ceferin vai propor, na próxima reunião da International Board, em fevereiro de 2020, na Irlanda, que o protocolo do VAR seja mudado. O presidente da UEFA pretende convencer a FIFA nesta luta e assim aproveitar o voto de qualidade do organismo que rege o futebol mundial na International Board.

"Todos sabem que não sou fã do VAR e menos agora. A ferramenta está a entrar em demasiadas ações de jogo e ela foi criada apenas para intervir em situações de erros claros. Isto está a causar uma enorme confusão no futebol, em todos os seus estados, e também nos adeptos", completou, em declarações ao 'As'.

Recentemente, numa entrevista ao jornal britânico 'Daily Mirror', o presidente da UEFA teceu duras críticas à ferramenta que foi criada com o intuito de diminuir os erros graves na arbitragem, e pedia alguma tolerância em situações de fora-de-jogo.

"Se tens o nariz grande vais ficar mais vezes em fora de jogo. As linhas [de fora-de-jogo] são desenhadas numa sala. É um pouco subjetivo desenhar algo, supostamente, tendo em conta critérios objetivos. O nosso objetivo é dar uma margem de 10 ou 20 centímetros no campo de jogo. Vamos discutir isso com nossos árbitros. Para mim, é correto não apitar um fora de jogo se for por um centímetro, porque o sentido da regra é punir se for obtido algum tipo de vantagem."

Na mesma entrevista, Ceferin deu o exemplo de lances de mão na bola nas grandes penalidades, que nem sempre são unânimes, para explicar que o VAR só deve interferir em situações muito claras.

"Há duas semanas, tivemos os melhores treinadores do mundo na UEFA. Estavam Klopp, Guardiola, Allegri, Ancelotti, Zidane... O nosso chefe de arbitragem, Roberto Rossetti, colocou um vídeo em que havia uma possível mão e perguntei-lhes se achavam que era ou não. Metade deles disse que sim e a outra metade disse que não. Agora diga-me que esta regra está clara... Não sabemos nada! Por exemplo, a possível mão no jogo entre o Liverpool e o Manchester City. Foi mão ou não? Como é demonstrada a intenção? O árbitro não é um psiquiatra para saber se o jogador fez de propósito ou não", lembrou Ceferin.

O play-off para o Euro 2020 e os jogos de apuramento da zona europeia para o Mundial2022 vão ter VAR, segundo uma decisão tomada pelo Comité Executivo da UEFA.