Os advogados do ex-polícia militar Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como "Bola", acusado de matar a amante do ex-guarda-redes do Flamengo Bruno Fernandes, abandonaram hoje o julgamento.

De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, "Bola" negou ser representado por um defensor público, que é nomeado nestes casos, e foi levado de volta para a prisão.

Segundo a imprensa brasileira, a defesa do réu, liderada pelo advogado Ércio Quaresma, alegou que o tempo concedido pela juíza para os argumentos preliminares não era suficiente e que o direito de defesa do seu cliente estava a ser cerceado.

Após os desentendimentos, que atrasaram o início da sessão, seguiu normalmente o julgamento dos outros quatro réus: Bruno Fernandes, o seu amigo Luiz Henrique Romão, o "Macarrão", a sua ex-mulher, Dayanne Souza, e a sua ex-amante Fernanda Castro.

A defesa do réu "Macarrão" também chegou a abandonar pelos mesmos motivos de Ércio Quaresma, mas voltou atrás após o cliente ter indicado que continuaria no julgamento mesmo com um defensor público.

Os réus são acusados do sequestro, desaparecimento e morte de Eliza Samudio, em junho de 2010.

A principal polémica envolvida no caso é o desaparecimento do corpo da vítima. Enquanto a acusação afirma que Samudio foi assassinada brutalmente, a defesa do ex-guarda-redes alega que ela está viva, possivelmente num país do leste europeu.

Samudio desapareceu em junho de 2010, após sair do Rio de Janeiro e ir para Esmeraldas, em Minas Gerais, onde Bruno Fernandes possuía uma quinta. Ela levava nos braços um bebé de quatro meses, que dizia ser filho do guarda-redes.

Fernandes e "Macarrão" respondem por homicídio, rapto e cárcere privado, além de ocultação de cadáver e corrupção de menores, com penas que podem ultrapassar os 30 anos de prisão.

Fernanda Castro e Dayanne Souza são acusadas de participação no sequestro de Samudio e do bebé. Um exame de DNA terá provado que ele é mesmo filho de Fernandes e, hoje com dois anos, vive com a avó materna.