O avançado paraguaio, Salvador Cabañas, revelou, em entrevista à agência France Press, que depois de ter perdido a fortuna pessoal para a ex-mulher regressou à casa dos pais onde tem trabalhado na padaria de família.

A vida de Salvador Cabañas não para de surpreender, e começa agora ganhar contornos de uma autêntica novela sul-americana. Depois de ter levado um tiro na cabeça em 2010, quando se encontrava na casa de banho de um bar da cidade do México, a antiga estrela do América, que chegou a eliminar o Flamengo de uma Libertadores, contou mais um capítulo da sua atribulada vida.

Com uma bala alojada na cabeça, Salvador Cabañas continua a lutar pela vida e pelos seus sonhos pessoais. Apesar de ter 33 anos, o avançado paraguaio não deixou de sonhar em regressar à alta competição tendo assinado no passado 1 de fevereiro pelos paraguaios do 12 de Outubro, mas hoje, Cabañas está na miséria e regressou a casa dos pais em Itaguá, sua cidade natal, onde tem trabalhado na padaria da família.

Em entrevista à agência AFP, o jogador contou que os responsáveis pela sua miséria financeira são pessoas que costumavam ser da sua mais absoluta confiança: a esposa Maria Lorgia Alonso, o empresário José González e o seu ex-advogado.

Segundo Cabañas, os três juntaram-se para aplicar "um golpe" e ficar com toda a sua fortuna pessoal. A esposa ainda vive numa luxuosa mansão, com os filhos, comprada por Cabañas na capital Assunção na época em que era ídolo do América. A casa está avaliada em 5 milhões de dólares.

"À medida que o tempo passa, vou-me dando conta de muitas coisas... Até o meu antigo advogado vendeu-se a eles. Maria diz que o dinheiro acabou," disse Cabañas, que agora acorda todos os dias às 4h para ajudar os pais na padaria.

O pai do jogador também acusa a esposa por ter dado um golpe ao filho, que revelou que, antes do ataque que acabou com a sua carreira, havia assinado um pré-contrato para jogar no Manchester United. Na época, o América ofereceu-lhe um apartamento em Acapulco e outro em Cancún, regiões do litoral muito valorizadas no México, para que ficasse.

"Ele foi vítima duas vezes," disse Dionísio Cabañas. "Acabaram com a sua vida profissional no melhor momento da sua carreira e depois aproveitaram-se dele, a sua própria esposa, o seu representante e o seu advogado."

Apesar de tudo, Cabañas mantem-se otimista. Ao repórter da AFP, garantiu: "Vou seguir em frente com isso tudo."