O Grupo Desportivo Varanda continua a reivindicar a sua permanência na primeira divisão de futebol de Santiago Sul, alegando ter sido vítima de corrupção na época desportiva transata que ditou a sua descida de divisão.  

Carlos Jorge Soares, responsável de futebol desta agremiação disse hoje à Inforpress que estão a aguardar com serenidade pelo resultado do recurso apresentado junto do Conselho da Disciplina da Federação Cabo-verdiana de Futebol.

Segundo explicou, o clube terminou a época passada na penúltima posição devido à corrupção espelhada nitidamente através de favorecimentos claros e combinação de resultados nos últimos jogos, “perante a inoperância da direção da associação”.

“A reta final do campeonato transato foi manchada por muita corrupção. Houve atos de compra de jogadores, dirigentes e treinadores para perderem os seus jogos e beneficiarem terceiros. A verdade desportiva foi adulterada, sem que a direção tivesse movido uma única palha, não obstante denúncias de treinadores como o professor Beto, na qualidade do treinador do Boavista da Praia e do então presidente dos Travadores”, desabafa Carlos Soares.

Por este facto, Carlos Soares afirma que este clube encarnado de Achadinha Baixo (arredores da Praia) e que nos últimos anos vem participando na primeira linha do futebol santiaguense, não se conforma com o acórdão do Conselho Jurisdicional da Associação Regional de Santiago Sul que confirmara a pretensão da direção liderada por Mário “Donnay” Avelino, de banir a liguilha, em detrimento de duas subidas e descidas automáticas, abrangendo os primeiros classificados do segundo escalão e os dois últimos posicionados da primeira divisão.

É que os dirigentes do Varanda consideram tratar-se de uma decisão assumida de forma indevida pela direção da ARFSS, alegando que este não é o órgão mais apropriado para tomar qualquer decisão que mude o regulamento da prova ou o estatuto da própria associação.

Na opinião desses dirigentes, os estatutos da associação definem que os seus órgãos têm poderes bem esclarecidos, razão por que o presidente da direção não está mandatado para tomar qualquer decisão em detrimento da assembleia-geral.

A direção do Varanda acusa ainda o presidente da ARFSS de promover este “arranjo” para banir a liguilha, depois do arranque da época 2011/12 quando a sua equipa havia já disputado uma partida oficial para a Taça da Praia.

Carlos Soares é de opinião que a reunião promovida pela direção da Associação “não tem capacidade nem poderes” para substituir uma assembleia, e considera grave o facto da direção “nunca ter comunicado oficialmente a qualquer clube o resultado deste encontro”.