A não transmissão da final do campeonato nacional de futebol pela televisão pública constitui uma falta de respeito para com a ilha do Fogo e sua diáspora, disse o presidente da Académica, Mário César Rodrigues Pires.

O dirigente da Académica disse à Inforpress que em várias situações do género a Radiotelevisão cabo-verdiana transmitiu os jogos e, por isso, diz que não entende a “desculpa apresentada” pela direcção da RTC para a não transmissão do jogo.

Para Mário César Pires, a falta de recursos financeiros para a transmissão do jogo entre a Académica do Fogo e o Mindelense não se coloca até porque “a RTC estava para transmitir o jogo da primeira mão o que só não aconteceu devido à imposição da equipa de Mindelense”.

Neste sentido, questiona “onde foi parar o dinheiro que seria utilizado na transmissão do jogo da primeira mão”, por um lado e, por outro, pergunta “se a televisão tinha transmitido o jogo da primeira mão não ia transmitir o da segunda mão?”.

O presidente da Associação Académica do Fogo anotou que, face ao protesto apresentado junto da televisão, a empresa ficou de dar uma resposta ainda esta sexta-feira sobre a eventual transmissão do jogo.

O director da televisão, Júlio Rodrigues, contactado pela Inforpress disse que este canal não vai transmitir o jogo em directo devido aos “elevados custos adicionais e a empresa não tem capacidade financeira para os suportar”.

Segundo diz, a direcção da empresa fez de tudo para mobilizar parcerias para a transmissão do jogo final do campeonato nacional de futebol mas tal não foi possível, anotando que “não se trata de uma discriminação da ilha”.

Com relação às ilhas de Santiago e de São Vicente, disse que existem estruturas e que a transmissão de qualquer evento é mais fácil o que não acontece com o Fogo, lamentando no entanto a impossibilidade de transmissão.

Júlio Rodrigues adiantou que a RTC vai estar no estádio para uma “ampla cobertura” que será divulgada não só no espaço informativo como em outros espaços da televisão.

Apesar desta situação, Mário César avança que a equipa está na sua máxima força com todo plantel disponível e sem baixa para o jogo da segunda mão de final do campeonato nacional.

“Tratando-se de final os jogadores estão mentalizados que é para ganhar”, disse Mário César, anotando que o estado de espírito dos jogadores “é óptimo” e que “as condições estão reunidas para a Académica conquistar o seu primeiro troféu de campeão nacional”.