Cada povo tem as suas referencias nacionais. No nosso caso, a Luz, o Dragão ou Alvalade mexem com os corações tanto de adeptos como dos rivais. E poucos são os locais cujo nome seja universal, cujo simbolismo e telurismo projete na memória de milhões a realeza do futebol. Bem-vindos às entranhas do Real Madrid para uma apresentação diferente.

No final do mês passado o Bernabéu conheceu uma estreia...Mas já lá vamos...

A mística do relvado de Chamartin é comparável às estrelas da Via Láctea, muitas já não existem mas a sua luz continua a perdurar pelo universo, do futebol é claro.

Mesmo com as bancadas vazias, o comum dos mortais treme perante a imponência do silêncio das cerca de 80 mil cadeiras que obstroem a visão em 360°.

E quando a bola corre ninguém quer fazer má figura, especialmente quando se é português com o número 13 com o nome Santiago às costas. O Santiago no Barnabéu.

Mas vamos por partes. O Real Madrid não contratou nenhum jogador de 29 anos antes do Euro2012 nem José Mourinho pediu um jornalista para a ala esquerda do clube de Madrid.

Numa ação direcionada para a imprensa desportiva, a empresa de apostas Bwin levou à capital espanhola duas dezenas de jornalistas para apresentar uma campanha direcionada para o Euro2012, com direito a um memorável jogo de futebol no Estádio Santiago Bernabéu.

A apresentação da Bwin não durou mais de 15 minutos e decorreu no balneário da equipa visitante. Num jogo de futebol há apenas três resultados possíveis mas na antecâmara do Euro2012, a Bwin disponibilizou  mais de 15 mil apostas possíveis sobre a maior competição da Europa: mais de 330 apostas antes do jogo e 200 apostas ao vivo para cada uma das partidas.

Após a apresentação, fomos encaminhados para o balneário mais sagrado de Espanha, e provavelmente do mundo.

Balneário

Poucos mortais têm a hipótese de pisar o tapete verde como o do Santiago Bernabéu quanto mais visitar o balneário do Real Madrid. Aqui equipam-se todas as semanas alguns dos melhores jogadores do mundo. Os cacifos estão ordenados de acordo com o número das camisolas e qual não é o meu espanto quando me atribuem o número 13. Para alguns o número do azar, para outros um número da sorte.

Equipados a rigor descemos as escadas de acesso ao relvado. No estádio, um sistema de PA simulava o ambiente dos adeptos, ávidos por golos. A pressão era enorme. Número 13 às costas e nome de um dos símbolos do madridismo. Os pulmões de um fumador pesaram, mas a vontade de fazer boa figura foi mais forte e a equipa “vermelha” (constituída por jornalistas portugueses) acabou por vencer 5-4. No final do encontro, todos nos cumprimentamos cordialmente, sabendo que tínhamos entrado para o restrito panteão de mortais que pisaram o relvado do Santiago Bernabéu, qual a probabilidade?