O selecionador português de futebol, Paulo Bento, garantiu hoje «possuir dados» sobre a lesão de Bosingwa que lhe permitiram “tomar a decisão” de não voltar a convocá-lo para a seleção, contrariando a versão do jogador do Chelsea.

O lateral direito afirmara, em resposta à acusação de Paulo Bento, que estava realmente lesionado antes do particular com a Argentina e que o departamento médico da seleção podia confirmar isso mesmo, remetendo para um comunicado clínico sobre a lesão publicado no sítio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Em declarações à Renascença, o médico da seleção Henrique Jones fez saber hoje que Bosingwa se queixou de dores na véspera do jogo com a Argentina e, sem tempo para efetuar exames complementares, concedeu o benefício da dúvida ao atleta, considerando-o inapto como é procedimento habitual do departamento médico da FPF.

«O que posso dizer é que a não tomei nenhuma decisão de forma insensata, se o fiz foi por ter em minha posse dados que me permitiram tomá-la em consciência», disse Paulo Bento, em entrevista à SportTV.

O selecionador deixou, ainda, entender que a sua decisão não se baseou unicamente no facto de Bosingwa ter simulado uma lesão: «A minha decisão de não convocar Bosingwa foi tomada sabendo quem quero trazer para a seleção, dentro de critérios que pressupõem que um jogador possa ser útil nas mais variadas situações, em função daquilo que os jogos exigem».

Sobre as acusações de Bosingwa ao percurso de Paulo Bento na seleção enquanto jogador, numa «indireta» o seu comportamento na meia final do Euro 2000 frente à França, o selecionador disse que «não são situações comparáveis e quem as compara não é sério nem honesto».

«Fui penalizado por um erro que cometi e voltei à seleção porque o selecionador assim o entendeu, jamais reivindicaria que isso acontecesse. Assumi o erro logo após regressar a Portugal e nem todos têm coragem para o fazer», afirmou.

Já sobre o caso Ricardo Carvalho, o selecionador considerou-o um «assunto encerrao» e rejeitou o rótulo de conflituoso que lhe foi colado, na sequência dos problemas que protagonizou no Sporting com Miguel Veloso, Liedson, Nani, Carlos Martins, Stjokovic, Vukcevic, entre outros.

«São contextos diferentes e não vou trazer os problemas num clube para a seleção. Quem me põe o rótulo de conflituoso fá-lo de má-fé, mas este cargo é muito exposto e temos de saber viver com a crítica, filtrando o que é de filtrar», rebateu Paulo Bento.

Confrontado com a sua recente declaração segundo a qual não iria à fase final do Europeu sem ter definida a sua situação contratual, declaração essa que terá caído mal nos dois candidatos à presidência da FPF, Paulo Bento explicou o seu ponto de vista.

Para o selecionador essa exigência «é legítima», tendo em conta que existe um trajeto e uma avaliação feita ao seu trabalho, da mesma forma que será «legítima à nova direção da FPF só tomar uma decisão no final do Euro2012».

«Eu prefiro assim e não vem mal ao mundo que antes do Europeu eu já saiba se renovo ou se não fico. Quero que os jogadores saibam se o selecionador vai ou não continuar», referiu Paulo Bento, garantindo, todavia, que não se trata de «nenhum ultimato» e que, em caso de não renovar, isso irá ter a mínima influência no «empenho e ilusão» que leva para a fase final.

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