O selecionador Paulo Bento justificou, na quinta-feira, a afirmação de que Portugal não integra o lote de candidatos ao título europeu com «razões históricas» e com o “favoritismo” que atribui a outras seleções habituadas a estar em finais.

«Portugal não deve abdicar de ser competitivo, mas há seleções que estarão na fase final com muitas qualidades e com um historial diferente e maior dose de favoritismo», alegou Paulo Bento em entrevista à SportTV.

O selecionador disse não se lembrar de alguma vez a seleção nacional ter sido, à partida, candidata a ser campeã europeia ou do mundo, não obstante a presença na final do Euro 2004 – «essa, sim, foi uma campanha excecional» -, nas meias-finais dos Mundiais de 1966 e 2006 e na meia-final do Euro2000.

Seja como for, Paulo Bento entende que os portugueses devem «ser otimistas», em função da «qualidade dos jogadores» e do pressuposto de que Portugal, «se tiver uma boa organização coletiva», irá ser uma equipa «competitiva na fase final» do Euro2012.

O selecionador fez, ainda, uma retrospetiva da campanha de qualificação da seleção para a fase final, aludindo à «pressão e à inexistência de margem de manobra para errar» quando tomou conta da equipa, que tinha um ponto somado em dois jogos.

Paulo Bento invocou o lema «máxima liberdade para ter máxima responsabilidade», tendo em conta que «não é polícia de ninguém», elogiou os jogadores pelo seu «comportamento enquanto membros de um coletivo e pelo cumprimento das regras» que estabeleceu.

Sublinhou a importância da vitória no primeiro jogo com a Dinamarca, já sob a sua liderança, após um início comprometedor, e reconheceu que na Portugal «não jogou bem» frente ao mesmo adversário em Copenhaga, garantindo que nesse jogo o problema «não foi falta de atitude» dos jogadores, mas sim «questões de ordem técnica e tática».

Confessou sentir-se orgulhoso por representar o país enquanto selecionador e desfrutar do privilégio de ter às suas ordens um jogador com a dimensão mundial de Cristiano Ronaldo, sobre quem prevê que «irá todos os recordes a nível do número de internacionalizações, de golos e de presenças em fases finais de grandes competições».

O selecionador expressou, ainda, o desejo de vir a treinar a seleção num local com identidade própria, numa alusão à prometida Casa das Seleções que nunca se tornou realidade, por a mesma «fazer falta» e justificou o facto de ter deixado de convocar Liedson com a «aposta em Postiga e Hugo Almeida e na identidade que Nuno Gomes traz à seleção», além do facto de Ronaldo poder «fazer esse lugar».

Finalmente, questionado com a necessidade de Nani, Ronaldo e Postiga terem maior participação no processo defensivo, Paulo Bento alegou que a seleção tem «necessidade de trabalhar todos os aspetos» e não apenas esse.

«Devo dizer que nos dois jogos do ‘play-off’ uma das razões porque fomos fortes na organização defensiva e nas transições defensivas foi por causa do trabalho, em primeira instância, dos três jogadores da frente», alegou Paulo Bento, fazendo, ainda, a defesa de Hélder Postiga pela «eficácia» que tem tido na seleção e pela «forma como orienta o jogo para zonas» que o treinador pretende, além do «bom espírito e profissionalismo» que revela.

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