A seleção germânica, que também conta três finais perdidas, a última em 2008, foi a primeira a chegar aos dois troféus, ao sagrar-se campeã em 1972 e 1980, ainda como República Federal Alemã (RFA), e alcançou o terceiro, em 1996, ainda antes de qualquer outra “bisar”.

Os gauleses, vencedores pela primeira vez em 1984, só se aproximaram da “Mannschaft” em 2000, enquanto a Espanha somou, 44 anos depois, o segundo cetro na última edição.

A competição conta ainda com mais seis campeões: União Soviética (1960), Itália (1968), Checoslováquia (1976), Holanda (1988), Dinamarca (1992) e Grécia (2004).

Nove seleções subiram ao lugar mais alto do pódio, em 13 fases finais, o que mostra uma grande diversidade, tendência mais marcante nas últimas seis edições, que apresentam outros tantos campeões diferentes.

Mas, em vésperas da 14.ª edição, que se realiza na Polónia e na Ucrânia, de 08 de junho a 01 de julho, há uma rainha, a Alemanha, que venceu logo na sua primeira aparição em fase finais, em 1972.

Numa decisão a quatro (foi assim até 1976), a RFA superou a anfitriã Bélgica, nas meias-finais (2-1), e a URSS, na mais desequilibrada final (3-0), com dois “bis” de Gerd Müller e “enormes” Sepp Maier e Franz Beckanbauer.

Já numa fase final a oito (até 1992), os alemães, liderados pela classe de Bernd Schuster e Karl-Heinz Rummenigge, “bisaram” em Itália, em 1980, num percurso finalizado com um triunfo por 2-1 sobre a Bélgica (dois golos de Horst Hrubesch, aos 10 e 88 minutos).

Agora a 16, em 1996, a Alemanha arrebatou o “tri” na pátria do futebol, num trajeto que incluiu precisamente um triunfo sobre a anfitriã Inglaterra, na “lotaria”, e culminou com uma vitória final por 2-1 sobre a República Checa, selada a “ouro” pelo suplente Oliver Bierhoff.

Quanto à França, venceu em casa em 1984, por obra e graça de Michel Platini, que marcou – nove golos - em todos os jogos, e em 2000, no primeiro europeu em dois países (Holanda e Bélgica), como “golos de ouro” nas “meias” (Zinedine Zidane) e final (David Trezeguet), em triunfos por 2-1 face a Portugal e Itália, respetivamente.

A Espanha também ganhou o primeiro cetro enquanto anfitriã (Marcelino selou o 2-1 à União Soviética, na final de 1964, no Bernabéu), tendo repetido a façanha em 2008, na Áustria e Suíça, com uma vitória final sobre a Alemanha (1-0), graças a um tento de Fernando Torres.

Se o atual avançado do Chelsea foi o último herói, o primeiro dá pelo nome de Viktor Ponedelnik, já que foi ele o autor do golo da vitória soviética, em 1960, na final com a Jugoslávia, resolvida no prolongamento (2-1).

Em 1968, brilhou um lira, que saiu à Itália na “moeda ao ar” das “meias”, permitindo aos transalpinos jogar a final, a segunda perdida pelos jugoslavos, desta vez num segundo jogo (2-0), após 1-1, com tempo extra, no primeiro.

O “bis” da RFA só chegou em 1980, mas poderia ter aparecido em 1976, não fosse um jogador checoslovaco "inventar" na “lotaria” (5-3): foi Antonin Panenka e ai nasceu o famoso “penalti à Panenka”.

Para a história entraram também os holandeses Marco van Basten e Ruud Gullit, que formaram uma dupla imparável em 1988, vingando, finalmente, as finais mundiais perdidas pela “laranja mecânica”, em 1974 e 1978.

Os dois últimos países que inscreveram os seus nomes na lista dos campeões não poderiam ser mais inesperados: a Dinamarca, em 1992, e a Grécia, em 2004, ganharam contra todos os prognósticos.

Os “vikings” foram repescados à última hora, face à “Guerra dos Balcãs”, que excluiu a Jugoslávia, e fizeram a festa na Suécia, depois de deixarem pelo caminho potências como França, Holanda e Alemanha (2-0, na final).

Por seu lado, os helénicos entraram no Dragão sem triunfos em fases finais e saíram da Luz com o “caneco”, num percurso a eliminar com o pleno de “letais” 1-0, a gauleses, checos e, na final, ao anfitrião Portugal.