Na final da quinta edição da prova, e após Uli Hoeness atirar por cima da barra o quinto pontapé da RFA, nasceu o “penalti à Panenka”, em boa hora para os checoslovacos, que conquistaram em Belgrado o único título da sua história.

Campeã europeia (1972) e mundial (1974) em título, a República Federal Alemã era a grande favorita e quase se tornou a primeira seleção a chegar aos dois títulos continentais, depois de recuperar dois “0-2”, sendo, porém, traída no “lotaria” (5-3).

Na Jugoslávia, numa fase final em que os todos os jogos necessitaram de prolongamento, os checoslovacos, terceiros em 1960 e vicecampeões mundiais em 34 e 62, assentaram o seu sucesso no trio composto pelo guarda-redes Ivo Viktor, o médio Antonin Panenka e o avançado Zdenek Nehoda.

Na final, os checos quase não precisaram das grandes penalidades, pois cedo chegaram a 2-0, com tentos de Jan Svehlik (oito minutos) e Karol Dobias (25).

A RFA reduziu por Dieter Müller, aos 28 minutos, mas a vantagem do “onze” de Vaclav Jezek manteve-se até aos 89, altura em que Bernd Holzenbein empatou o encontro, de cabeça, após canto de Rainer Bonhof.

Nas meias-finais, face a uma Holanda que havia sido vice-campeã mundial em 1974 e voltaria a sê-lo em 1978, Anton Ondrus foi o único “ator” do tempo regulamentar, ao marcar na baliza certa (19 minutos) e na errada (77).

Face a uma “laranja mecânica” com Johann Cruyff, Ruud Krol, Johnny Rep, Johan Neeskens ou Rob Resenbrink, a Checoslováquia acabou por vencer no tempo extra, com tentos de Nehoda (114 minutos) e Frantisek Vesely (118).

Por seu lado, a formação comandada por Helmut Schon chegou à final depois de outra grande recuperação, nas meias-finais, então com final feliz, face à Jugoslávia, que procurava repetir 1960 e 1968.

Os germânicos estiveram por 2-0, face aos golos de Danilo Popivoda (19 minutos) e Dragan Dzajic (30), mas Heinz Flohe (64) e Dieter Müller (82) empataram e, no prolongamento, Dieter Müller resolveu (115 e 119).

O jogo do bronze também teve tempo extra, com a Holanda a vencer por 3-2, com tentos de Ruud Geels (27 e 107 minutos) e Willy Van de Kerkhof (39). Josip Katalinski (43) e Dragan Dzajic (82) faturaram para os jugoslavos.

Nos quatro jogos disputados, marcaram-se 19 golos, que valeram uma espetacular média de 4,75 tentos por encontro, a maior verificada nas 13 edições do Europeu.

O “rei” dos goleadores foi o alemão Dieter Müller, que sucedeu ao compatriota Gerd Müller, ao apontar quatro tentos, o dobro dos obtidos pelo holandês Geels e o jugoslavo Dzajic, o melhor marcador do Euro68.