Polónia e Ucrânia, os anfitriões do Euro2012, são os primeiros países do Leste a receber uma grande competição futebolística e procuram, além de provar o seu desenvolvimento, alcançar a glória.

“Chtche ne vmerla Ukraini” e “Jeszcze Polska nie zginęła” são os primeiros versos dos hinos dos dois países e, seguindo uma tradução livre, significam, respetivamente “a glória da Ucrânia não morreu” e “a Polónia ainda não pereceu”.

A organização do torneio será como que uma prova de vida das duas nações, após uma prova de esforço, iniciada a 18 de abril de 2007, quando o Comité Executivo da UEFA escolheu a candidatura polaco-ucraniana em detrimento de Itália e da organização conjunta de Croácia e Hungria.

Bastante destruídos pela II Guerra Mundial, os dois países apresentam características marcadamente soviéticas, fruto de anos de integração, caso da Ucrânia, que apenas se tornou soberana em 1991, ou domínio e influência, pois a Polónia apenas ganhou plena autonomia em 1989.

As semelhanças podem até ser mais, e mais notórias, que as diferenças, mas a “proximidade ao ocidente” da Polónia, que aderiu à União Europeia em 2004, não decorre apenas da sua posição geográfica e fica a dever-se, e muito, a Lech Walesa, Prémio Nobel da Paz em 1983, que liderou um sindicato independente e o movimento social “Solidariedade” na luta contra o comunismo.

Mesmo com esta aproximação, a UEFA encara os 31 jogos, disputados por 16 equipas em 24 dias no Euro2012, como um autêntico “desafio social”, ultrapassadas que estão as questões colocadas aos oito palcos do Euro2012, cujo custo global ascende a mais de dois mil milhões de euros.

Isto porque, à 14.ª edição do Campeonato da Europa, a UEFA assumiu riscos, sobretudo na Ucrânia, nomeadamente com as distâncias, face aos seus 603 mil metros quadrados.

Maior problema é ainda a exaltação provocada pelos alegados maus tratos à antiga primeira-ministra Iulia Timoshenko, bem como a questão dos alojamentos, cujos elevados preços já fizeram com que o presidente da UEFA, Michel Platini, apelidasse os oportunistas de «bandidos e sem vergonha».

Além da capacidade hoteleira, as preocupações da organização prendem-se com a segurança e os transportes, alvo de importantes investimentos, fundamentalmente em aeroportos, dadas as gigantescas distâncias entre as cidades anfitriãs, mas também em comboios, elétricos, autocarros e sistemas de metro.

O Euro2012 vai marcar a estreia da Ucrânia em fases finais de Europeus, depois de alcançar os quartos de final no Mundial Alemanha2006, mas o país tem “heróis” no desporto, como o varista Sergei Bubka, e até no futebol, com os antigos Bola de Ouro Andrei Shevchenko, Igor Belanov e Oleg Blokhin, que agora comanda a seleção “amarela e azul”.

Já a Polónia, pode orgulhar-se dos terceiros lugares nos Mundiais de 1974 (RFA) e 1982 (Espanha) e da medalha de ouro olímpica em 1972 (Munique).

Por seu lado, o papa João Paulo II, nascido Karol Wojtyla, é uma das principais figuras da história polaca, junto a Marie Skłodowska-Curie, pioneira da radioatividade e vencedora de dois prémios Nobel, o astrónomo Nicolau Copérnico e o compositor Fryderyk Chopin.

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