Mais de três décadas depois de ter marcado um dos golos com que a seleção portuguesa de futebol goleou a Dinamarca, o farmacêutico Rui Rodrigues recorda-se do lance que ajudou a derrotar "uma equipa fácil".

O antigo internacional português, que passou por Académica, Benfica e Vitória de Guimarães e que há 17 anos dirige uma farmácia na Parreira, concelho da Chamusca, lembra-se, "como se fosse hoje", do tento inaugural daquela partida, da fase de apuramento para o Campeonato da Europa de 1972, que Portugal venceu por 5-0.

«O Fernando Peres foi pelo lado esquerdo, foi à linha de fundo, atrasou, e eu, na meia lua, dei-lhe um bocadinho de efeito e o guarda-redes não teve hipótese. Recordo-me como se fosse hoje», disse Rui Rodrigues, em entrevista à agência Lusa.

Ao contrário do que se verifica atualmente, aquela Dinamarca pouca resistência oferecia e o antigo médio, agora com 69 anos, refere que os portugueses eram «mais fortes» e que os dinamarqueses formavam «uma equipa fácil de se ganhar».

No entanto, o triunfo folgado foi insuficiente nas contas do apuramento para a fase final do Europeu, que era disputado em moldes diferentes dos atuais, e Rui Rodrigues até faz um "mea-culpa" pelo lance que, considera, foi decisivo para o afastamento da formação lusa.

«Foi num jogo com a Bélgica, em que empatámos (1-1) no Estádio da Luz. O Fernando Peres marcou o nosso golo e o golo deles foi uma distração minha. O jogador belga fez um lançamento muito distante, eu distraí-me e foi o suficiente para o avançado fazer o golo. Foi uma asneira minha», relembra.

Apesar de considerar que a seleção em que jogou tinha «a vantagem de ter o Eusébio», Rui Rodrigues afirma que o conjunto orientado por Paulo Bento «vai fazer figura» no Euro2012, ainda que coloque um "travão" nas pretensões de muitos portugueses, que esperam ver Portugal na final.

«É muito difícil estar a dizer isso neste momento. Temos bons jogadores, que jogam no Real Madrid ou no Manchester United, equipas com outro "andamento". Se forem com aquela obrigação de ganhar, é mais difícil, mas se forem com um espírito competitivo normal, acabam por ganhar», aconselha o antigo futebolista, que encerrou a carreira no final da década de 70.

Rui Rodrigues representou a seleção portuguesa em 12 ocasiões (três golos) e, entre os muitos jogos que realizou pelos três emblemas que representou em Portugal, tirou um curso superior em Farmácia, tendo concluído a licenciatura durante a segunda passagem pela Académica.

«O meu curso foi feito aos bocados, porque durante 17 anos joguei na primeira divisão. Faltei a exames e aulas. Era difícil. Quando estive no Benfica, matriculei-me em Farmácia, fiz umas cadeiras, mas depois decidi sair para o Vitória de Guimarães, porque me facilitavam os estudos. Não tinha jogos internacionais e no Benfica estava sempre a correr de um lado para o outro», recorda.

O encontro entre Portugal e Dinamarca está marcado para quarta-feira, às 17h00 (hora portuguesa), na cidade de Lviv, na Ucrânia.

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