Apesar de se tratar de um campeonato da Europa a verdade é que conseguir uma viagem e estadia na Polónia e/ou Ucrânia por esta altura do Euro não é tarefa fácil. Para um português médio esta é uma viagem cara, capaz de romper o orçamento familiar.

Os preços aumentaram a pique e nem por isso as condições melhoraram. Há hotéis a cobrar acima dos 200 euros noite e, em dias de jogo, podem mesmo ultrapassar os 400 ou 500 euros. Muitos nem sequer estão acabados.

Mais uma das coisas que os adeptos apontam como falha nesta organização conjunta do Euro 2012 entre a Polónia e Ucrânia. 

Mas, adepto que é adepto chega a ficar em parques de campismo, hostels (com casa de banho partilhada), e há ainda os que acabam a dormir nos aeroportos à espera de voos para regressar.

Das agências dizem não haver hotéis com disponibilidade e quando se tenta fazer uma reserva através dos sites mais conhecidos os resultados vão desde os dois mil euros por três noites em apartamentos partilhados até aos 15 euros em parques de campismo. Aqui, além da falta de condições, há ainda a questão da segurança.

Os hotéis são escassos, os que há são caros e nem sempre as condições e a qualidade conseguem justificar sequer metade daquilo que se pede por noite.

Na Ucrânia todo este problema aumenta. Em Donetsk, por exemplo, onde se soube apenas ontem à noite que Portugal vai jogar a meia-final, já há várias semanas que não há quartos disponíveis. A pergunta que se coloca é: quem reservou todos os quartos? Sendo esta uma fase que apenas fica definida a 23 de Junho, depois de jogar a Espanha e França, e uma vez que os hotéis exigem concretização do pagamento no ato da reserva sem direito a reembolso em caso de cancelamento, quais os adeptos que tinham tal confiança na passagem da sua equipa até esta meia-final jogada na Ucrânia?

Uma pergunta que até agora ninguém sabe responder. Uma coisa é certa, os portugueses que queiram vir até Donetsk para ver a seleção e, eventualmente, acompanhar também a final, que se joga 4 dias depois, ou conseguem um pacote especial de uma agência, que garanta voo de ida e regresso ou dificilmente irão conseguir quarto ou voo para ida e volta até Donetsk e estadia a preço razoável.

Isto porque o problema se alarga aos voos, que estão praticamente esgotados.
Há quem procure alternativas e nos dias que separam um e outro jogo, passem noites longas a bordo de um comboio para ir dormir noutras cidades e mesmo noutros países, no final dos jogos. Mas isso não é para qualquer um.

Quem está disposto a pagar mais, acima de 3 mil euros para assistir a um jogo de futebol, surgem mais alternativas, não de hotéis (porque no caso de alojamento em Donetsk o problema é mesmo de escassez), mas de voos. E mesmo assim têm de fazer escalas noutras cidades antes de rumarem a Lisboa e chegam a demorar cerca de 13 horas em viagem.

Com o apoio crescente com as vitórias da seleção, se Portugal for até à final, adeptos, por poucos que sejam, não vão faltar. E claro, haverá sempre os que seguem a seleção de caravana e não perdem um jogo da equipa das quinas.